Suíno vivo: mercado segue em recuperação e semana encerra com fortes altas nas principais praças de comercialização

O mercado de suíno vivo encerra mais uma semana com altas nas cotações. Nesta sexta-feira (19 de agosto), os preços tiveram o dia de estabilidade, porém durante toda a semana grande parte das praças de comercialização fecharam as referências com reajustes positivos. Além disto, os embarques também registraram dados otimistas para o mês de agosto.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) aponta que a redução da oferta de animais e a demanda – tanto externa quanto interna – seguem elevando as cotações em grande parte das regiões. “As altas nos preços do suíno vivo representam um alívio para produtores, que enfrentam custos elevados”, explica o boletim desta semana.

O presidente da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, explica em entrevista ao Notícias Agrícolas, que as cotações tiveram um reajuste positivo em quase todas as praças de comercialização. Com os altos custos de produção registrados desde o início do ano, muitos produtores ajustaram a oferta nas granjas, proporcionando melhora nas cotações.

“Mesmo com os preços realinhando para os próximos quatro a cinco meses, ainda acreditamos que vamos fechar 2016 no vermelho, visto que as perdas nos primeiros sete meses foi muito grande”, explica Ferreira. Além disto, a demanda de início de mês junto com o feriado de Dia dos Pais trouxe melhora na comercialização, impulsionando ainda mais as cotações nas últimas semanas.

Preços

O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a maior alta registrada foi em Santa Catarina, com 6,58%. No mercado independente, as cotações no estado estão em R$ 4,05/kg, após forte alta registrada nas últimas semanas. Apesar disto, o cenário ainda é preocupante devido aos problemas ligados aos custos de produção, segundo explica o presidente da ACCS, Losivânio de Lorenzi.

“Vai demorar para o produtor ter lucro na atividade. Ele pode começar a ter lucro a partir destes reajustes de preços, mas ao analisar o histórico, ele os produtores precisam recuperar o que perderam ao longo de 2016”, explica Losivânio.

Já no Rio Grande do Sul, a média paga no estado subiu 6,49%. A pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) aponta que a média paga aos suinocultores independentes passa a ser R$ 4,10/kg, uma alta de R$ 0,25 em relação a definição anterior. Os produtores integrados seguem recebendo em média R$ 2,85/kg.

As cotações dos insumos também tiveram redução na pesquisa desta semana para o estado. A saca de milho de 60 quilos está valendo em média R$ 48,66, enquanto que na semana anterior estava a R$ 50,33 a saca. Por outro lado, há um ano a média do estado era de R$ 26,37 a saca.

Na praça paulista, a bolsa de suínos definiu negócios entre R$ 88,00 a R$ 90,00/@ – equivalente a R$ 4,69/kg e R$ 4,80/kg –, após registrar uma semana de comercialização acima da cotação do estado. Apesar da alta nominal 37,5% em um mês, os atuais patamares de preços ainda não remuneram os produtores no estado. Atualmente, os custos de produção estão por volta de R$ 88,00/@, após muitos meses de negócios abaixo disto.

Já em Minas Gerais e Goiás, a bolsa de suínos sugeriu negócios em R$ 4,70/kg na semana, após não haver acordo entre suinocultores e frigoríficos.

Exportações

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou nesta segunda-feira as parciais de embarques de carne suína in natura do mês de agosto. Novamente, os dados divulgados apresentam resultados acima dos registrados em agosto do ano passado e do mês anterior – comparando as médias por dia.

Em 10 dias úteis foram embarcadas 30.900 toneladas, com volume diário em 3.100 toneladas. Em receita, as exportações chegam a US$ 67.4 milhões, em que o valor por tonelada está em US$ 2.183,60.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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