Pesquisador Científico do Instituto Agronômico (IAC), Hamilton Humberto Ramos aponta quais são os principais problemas e erros cometidos na aplicação de agroquímicos no Brasil. “As falhas são as mais diversas e dependem do sistema de aplicação”, ressalta ele em entrevista ao Portal Global Agrochemicals. O agrônomo é o responsável pelo programa Aplique Bem, que leva informações sobre a forma correta de utilizar pulverizadores nas propriedades rurais.
“Acredito que as [falhas] mais recorrentes sejam: seleção inadequada das pontas de pulverização; deficiências na agitação da calda; má regulagem de componentes eletrônicos; e o uso do volume aplicado por hectare como padrão de qualidade do uso de pulverizadores”, alista Ramos, que está no IAC há 17 anos, dedicando-se às tecnologias de aplicação, aspectos de segurança e saúde no uso de defensivos agrícolas.
“Se há uma recomendação básica a ser feita é a de que os fatores praga, produto, máquina, momento e ambiente interagem na eficácia da aplicação. Não há um mais importante, qualquer um deles que não for considerado ou que for considerado inadequadamente no momento da aplicação será o responsável direto pela falha no controle”, sustenta.
Ele aponta que no Brasil é necessário investir “urgentemente na qualificação de agentes multiplicadores para elevar a velocidade com que informações de qualidade chegam ao produtor”. Trabalhos realizados pelo Centro de Engenharia e Automação do IAC têm mostrado que reduções de 30 a 70% na necessidade de água e/ou defensivos agrícolas no tratamento fitossanitários de diferentes culturas, de mais de 90% no risco de contaminação do trabalhador e de mais de 80% nos resíduos de defensivos agrícolas em alimentos são possíveis simplesmente trabalhando aspectos básicos da tecnologia de aplicação. Assim, é preciso que essas informações cheguem ao campo.”
Fonte: Agrolink
