Grãos: ADM confirma força da demanda global por grãos e aposta em aumento das exportações dos EUA

A ADM (Archer Daniels Midland Company), uma das gigantes do agronegócio global, divulgou nesta quarta-feira (3), projeções otimistas para as exportações de grãos dos Estados Unidos. Graças à demanda global ainda muito aquecida, as vendas externas norte-americanas nos próximos meses poderiam alcançar um ritmo ainda mais forte.

“A previsão para as exportações dos Estados Unidos estão muito melhores agora”, afirmou em entrevista a analistas, o executivo chefe da companhia, Juan Luciano. “A demanda está muito forte e os EUA estão muito competitivos agora e deverão permanecer assim nos próximos meses”, completa.

A estabilidade do dólar; uma oferta menor do que a esperada da América do Sul, principalmente em função de perdas provocadas por severas adversidades climáticas, e a grande safra estimada para os Estados Unidos criam um cenário favorável para o mercado norte-americano, além de aumentar as receitas do segmento de serviços agrícolas do grupo, informou a ADM.

“Muitas variáveis se viraram a nosso favor, principalmente as perspectivas de uma boa demanda pela produção dos Estados Unidos”, afirmou o chefe financeiro da trading, Ray Young. “E ao se observar o dólar em relação a outras regiões produtoras importantes, os EUA tornaram-se mais competitivos”, enfatiza Young.

O executivo explica ainda que as quebras de safra registradas no Brasil e na Argentina acabaram frustrando uma disponibilidade maior de produto, principalmente argentino, no mercado global, esperado com a redução das chamadas “retenciones”, ou a taxação sobre as exportações argentinas. No caso do milho, o imposto foi zerado pelo presidente Maurício Macri.

Termômetro dessa demanda global forte e da maior competitividade dos grãos norte-americanos neste momento têm sido os prêmios pagos para o milho e, principalmente, para a soja nos portos do Brasil e no Golfo do México, principal canal de exportação da safra dos EUA.

Enquanto os prêmios da soja no Golfo variam de US$ 0,79 a US$ 1,05 sobre as cotações de Chicago, no porto de Paranaguá eles sobem para algo entre US$ 1,50 e US$ 1,70, chegando a superar nos últimos dias os US$ 2,00. Para o milho americano, no Golfo, os prêmios oscilam entre US$ 0,60 e US$ 0,85 sobre a CBOT para as principais posições de entrega.

“O mercado, apesar da grande oferta disponível de soja, considera também que a grande demanda existente dá sustentação aos preços no momento, até que a safra americana esteja definida. De qualquer forma, a briga entre oferta e demanda será um bom motivo para os fundos especularem e fazer o mercado oscilar”, afirmam analistas da Labhoro Corretora.

Somente nesta semana, o USDA já divulgou três vendas de soja para a China e para destinos não revelados que totalizam 1.340.200 toneladas das safras 2015/16 e 2016/17. Ao se somar com as vendas da semana anterior, esse montante sobe para 1.757.200 toneladas. Ainda nesta quarta-feira, o USDA divulgou uma venda de 290.000 toneladas de milho.

As exportações brasileiras, por sua vez, vêm perdendo um pouco de ritmo. Para o milho, os atuais níveis de preços praticados nos portos, abaixo dos R$ 35,00 por saca, já inviabilizam novos negócios, uma vez que, no interior do País, a demanda também é forte e os preços superam os R$ 40,00 em muitas praças de comercialização, principalmente no Sul e Sudeste do País.

Para a soja, o cenário é semelhante, agravado, no entanto, pela oferta disponível da safra 2015/16 ser muito pequena nas principais regiões produtoras do País, o que também motivou, ao lado do dólar, uma desaceleração das exportações. Neste ano, o Brasil já exportou 42.586.000 toneladas de soja, contra 40.688.000 toneladas exportadas no mesmo período do ano passado.

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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