Dicas para uma cotonicultura de sucesso

O algodão é uma das plantas mais importantes para a produção de fibras, além de ser fonte de alimento animal e matéria prima para a produção de óleo, a partir de suas sementes. No mercado, a demanda pelo algodão tem aumentado constantemente desde a década de 1950, a uma taxa média anual de 2%. Esse crescimento é satisfatório e tem sido atendido e suportado pelo aumento na produtividade e na qualidade da produção ao longo desses anos.

Para garantir a evolução do setor, é imprescindível o uso de tecnologias eficientes, com foco na melhoria da produtividade e na qualidade do algodão, favorecendo o desenvolvimento sustentável da cultura.

O estabelecimento adequado da cultura é a chave para o sucesso dos produtores. Para garantir uma produção satisfatória e de qualidade, a FMC disponibiliza dicas aos cotonicultores brasileiros que, assim como a empresa, visam produzir mais e melhor.

• Preparação do solo

A acidez do solo pode se tornar um fator limitante para a produção. Se o solo apresentar o pH menor que muito baixo, há a necessidade de correção por meio da aplicação de calcário. Além da correção do pH, é necessário equilibrar os minerais do solo de acordo com a exigência da cultura. O déficit de Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre também compromete a produtividade da plantação. Problemas de adensamento e compactação do solo também devem ser corrigidos antes da instalação da cultura.

• Nutrição

A cultura do Algodão é exigente quanto à nutrição e necessita de aporte de fertilizantes para seu máximo desempenho. Uma nutrição balanceada pode apresentar retornos de produtividade acima de 30%. Para isso, é importante fazer o acompanhamento da lavoura e identificar possíveis deficiências nutricionais e fornecer os fertilizantes com a composição adequada para a correção da deficiência. Além dos macroelementos, é necessário estar atento aos microelementos como Boro, Zinco, Manganês, Cobalto e Molibdênio.

• Rotação de cultura

A rotação nesse tipo de cultivo visa manter a fertilidade do solo e a redução do ataque de pragas e doenças, o que possibilita aos agricultores melhores condições de produção. A cotonicultura pode ser rotacionada com o plantio de soja, milho, girassol, mamona e amendoim, por exemplo. Outro ponto positivo que a rotação de culturas traz é evitar a concentração de elementos tóxicos no solo, como o alumínio, comum em áreas de monocultura.

A rotação de culturas também é uma importante ferramenta para manutenção e/ou aumento da matéria orgânica do solo, além de ser uma estratégia muito viável para o manejo de nematoides, que podem ser fator limitante para a produção de algodão em áreas de alta infestação.

• Época do plantio

O plantio é determinado diretamente por fatores climáticos, portanto a localização da área e o zoneamento climático definem a melhor época de plantio. É preciso indicar quando o plantio será feito, visando um manejo de pragas e doenças mais adequado e, principalmente, à colheita no período de seca, evitando o comprometimento da qualidade da fibra recolhida. Existem duas recomendações de algodão sequeiro no Brasil: algodão safra, semeado a partir do mês de novembro, e o algodão safrinha, semeado após a colheita da cultura da soja, preferencialmente nos meses de janeiro e fevereiro.

• Controle de pragas e doenças

Infestações de pragas podem comprometer consideravelmente o rendimento da lavoura. Exemplo delas são: Spodoptera frugiperda, pulgão, mosca branca e o Bicudo (Anthonomus grandis), que é a principal praga do algodoeiro. Nos últimos 15 anos, o Bicudo do algodoeiro gerou um prejuízo de R$1,5 bilhão em todo o Brasil, causando aumento do número de aplicações de defensivos. Rotação de culturas, manejo cultural, monitoramento, uso de variedades transgênicas e aplicações de inseticidas são algumas medidas eficientes de precaução e redução de perdas com estas pragas na cultura.

Outro cuidado importante para uma cotonicultura de alta eficiência e qualidade é o controle de plantas daninhas. As plantas infestantes além de competir com o algodoeiro por água, luz e nutrientes, reduzindo a produtividade, podem causar danos severos à qualidade e dificultar a operação de colheita. Plantas como corda-de-viola, leiteiro, picão preto e várias gramíneas devem ser controladas desde a implantação da cultura até a colheita, evitando a sua interferência na produção.

O controle de doenças como a ramulária e a ramulose também são fatores imprescindíveis para uma cotonicultura de alto padrão, pois estas doenças interferem diretamente na produtividade e qualidade da pluma. Aplicações de fungicidas, rotação de culturas e uso de variedades “resistentes à ramulária” são as principais medidas para evitar danos significativos a cultura.

 

Fonte: Agrolink

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