AGR Brasil: Plantio de soja do país aumentará 2% em 2016/17; milho limita avanço

A área plantada com soja na temporada 2016/17 no Brasil deverá crescer 2% para 33.8 milhões de hectares, com uma expansão limitada pelo interesse de alguns produtores em plantar milho, estimou nesta terça-feira a consultoria AGR Brasil, sediada em Chicago.

O Brasil tem enfrentado uma escassez de milho, após fortes exportações e uma colheita prejudicada pelo clima em 2016, o que jogou os preços para máximas históricas recentemente.

De olho nesta oportunidade de negócio, alguns agricultores principalmente do Sul do Brasil deverão optar pelo cereal nos meses de verão, nos quais historicamente há uma crescente dominância do cultivo da soja. Em 2015/16, por exemplo, a área de soja durante o verão foi seis vezes maior que a de milho.

“O aumento no milho verão, na nossa opinião, não colocará o aumento da área de soja em jogo, apenas ‘limitará’ o crescimento na área de soja, que… poderia ser um pouco mais acima”, disse à Reuters o presidente da AGR Brasil, Pedro Dejneka.

O plantio de soja começa a ganhar ritmo no Sul e no Centro-Oeste do País em outubro, mas as decisões de plantio, como a compra de insumos, já estão sendo finalizadas.

Se confirmado um crescimento de 2% na área de soja, será o menor percentual em dez anos, segundo dados históricos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Além da opção pelo milho em algumas áreas, o aperto no crédito para custeio das plantações também é uma das causas para a desaceleração na expansão na área da soja, que chegou a crescer quase 9% em 2013/14.

“Mas também veja que aumento em percentual é menor, mas o aumento absoluto de área ainda será relativamente alto, em torno de 700.000 a 1 milhão de hectares”, ponderou Dejneka.

Produção

A colheita da safra 2016/17 de soja do Brasil deverá alcançar cerca de 105 milhões de toneladas, estimou a AGR Brasil, colocando um intervalo de possibilidades entre 98 milhões e 108 milhões de toneladas, dependendo do clima.
“A previsão ainda é de um La Niña para safra sul-americana, no entanto é possível que seja um evento ‘mais moderado’ de La Niña”, disse o analista.

Segundo ele, esse fenômeno climático tende a ser favorável em chuvas e temperaturas para a maior parte das regiões agrícolas do País, exceto o Rio Grande do Sul.

“O foco principal para safra de soja do Brasil será o Rio Grande do Sul… que pode ter incidência de seca, junto à Argentina”, disse ele.

 

 

Fonte: Reuters

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