De cara, parece uma brincadeira de criança. E pode ser sim, principalmente quando os pais não conseguem fazer com que os filhos comam verduras, legumes e frutas. Para auxiliá-los nesta tarefa, a dica é optar por hortaliças miniaturizadas que, a partir de uma seleção adequada, não perdem — em nada — para os alimentos convencionais.
De forma geral, o tamanho dos legumes, verduras e frutas não interfere em sua composição nutricional. Mas é relevante saber sua origem como, por exemplo, se é resultado de uma semente com genética miniaturizada ou se a colheita foi antecipada, como é o caso das “hortaliças babies” — cenoura, banana, cebola, minimilho e as folhosas (baby leaf ), dentre outras.
É importante se atentar a isto, porque o grau de maturação dos vegetais interfere na qualidade e quantidade
nutricional. Desta maneira, é indicado que seja feita uma avaliação da composição dos babies. O produto embalado deve ter a informação nutricional, principalmente por se tratar de uma mercadoria relativamente nova no mercado. Inclusive, esta atitude é um estímulo para que o consumidor aprenda mais sobre a alimentação mais saudável.
DIETA DIÁRIA
A quantidade de frutas, legumes e verduras miniaturizadas a ser ingerida, diariamente, deve ser ajustada de modo que os valores equivalentes em gramas e calorias sejam iguais aos dos convencionais. A Pirâmide Alimentar Brasileira nos orienta que um adulto deve comer três porções (um total de aproximadamente 45 calorias) de legumes e verduras diariamente, sendo que cada porção equivale a 15 calorias.
É interessante saber que cada verdura e legume possui uma quantidade em gramas equivalente a 15 kcal. Exemplos: uma porção (15 kcal) de abóbora cozida convencional corresponde a 53 gramas. Então, precisamos de 53 gramas de miniabóbora cozida ou uma colher e meia de sopa, considerando as medidas caseiras.
Já uma porção de agrião (15 gramas) corresponde a 130 gramas ou 22 ramos. Neste caso, não podemos considerar 22 ramos para o miniagrião. Por se tratar de um produto menor, devemos considerar a quantidade em gramas.
Neste contexto, precisamos levar em consideração os hábitos individuais, bem como suas necessidades energéticas e de nutrientes. Como um todo, a refeição deve ter variedade de cores e modo de preparo dos alimentos também é importante. Não devemos apenas levar em conta sua quantidade de calorias.
FIBRAS
Sabemos que as hortaliças são ricas em fibras, nutrientes fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo. E os alimentos miniaturizados? Será que eles contêm a mesma quantidade dos convencionais?
Na verdade, a resposta vai depender do grau de maturação dos minis, pois alguns deles possuem mais e outros menos fibras, quando imaturos.
CRUAS OU COZIDAS
As mini-hortaliças são bem atrativas aos olhos e certamente mais fáceis de consumir. No entanto, deve-se observar a forma como são ingeridas. Toda hortaliça crua — seja mini ou convencional — tem mais qualidade nutricional. Quando cozidas em água, perdem um pouco de seus nutrientes.
Então, se determinada hortaliça necessita de cozimento, recomendamos o mínimo de água possível para a preparação ou que sejam cozidas no vapor. Esta última opção preserva melhor seus nutrientes. A forma de conservar os minis na geladeira também é a mesma que o convencional.
Em relação a valores, se os preços dos minis forem “muito salgados” para o orçamento familiar, o consumidor pode revezar o consumo dos minis com os convencionais. Basta utilizar as miniaturas para decoração de pratos, a fim de deixá-los, além de saudáveis, mais atrativos visualmente. Desta maneira, você irá consumir mais vegetais na alimentação diária, o que é sempre bom para a saúde.
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
O consumo de hortaliças — sejam elas minis ou convencionais — auxilia na prevenção e na melhoria de certas patologias, como diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia (colesterol total e frações alto), hipertrigliceridemia (triglicérides alto), osteroporose, deficiências de vitaminas e minerais e até alguns tipos de câncer.
O tomate, ou minitomate, merece atenção especial, por causa da presença de licopeno, principal substância que auxilia na prevenção de câncer de próstata. Já a abóbora moranga, assim como a cenoura, é rica em vitamina A, importante para evitar doenças oculares.
Ambas contêm cálcio, que auxilia na formação e fortalecimento dos ossos e dos dentes. Ainda apresenta carotenoides, um tipo de substância típica nos alimentos de cor alaranjada e amarela, capaz de prevenir câncer e colesterol elevado.
A berinjela e o pepino, por sua vez, trazem uma boa quantidade de potássio, mineral que tem demonstrado, por meio de alguns estudos científicos, ter a capacidade de manter os níveis de pressão arterial normal.
MAIS OPÇÕES
Os pimentões, de modo geral, possuem uma quantidade significativa de cálcio e vitamina C, mas o amarelo concentra maior teor destas substâncias, se comparado com o verde e o vermelho. É um importante aliado quando o assunto é reduzir os efeitos dos radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce e aumentando a imunidade do corpo humano. O pimentão vermelho fica em segundo lugar na quantidade de vitamina C.
Já a alface e o agrião são verduras de baixa caloria, ricas em cálcio e vitamina C, que auxiliam na redução da pressão arterial. A rúcula — além de cálcio, vitaminas C e A — possui boa quantidade de ferro, que ajuda a prevenir e a tratar anemias.
Por fim, podemos ressaltar que todos os alimentos citados apresentam grande quantia de fibras, que ajudam na redução do colesterol e diabetes. Também favorece o bom funcionamento intestinal e, consequentemente, ajuda a prevenir o câncer de intestino.
ALIMENTAÇÃO INFANTIL
Assim como mencionamos no início, as mini-hortaliças podem ser uma importante “arma” para os pais que têm filhos mais relutantes na hora de comer frutas, legumes e verduras.
É fato que este público — também pequeno — tem algumas aversões alimentares, principalmente quando se trata de frutas, verduras e legumes. Esta é uma fase da infância de descobrimento dos sabores dos alimentos, quando eles deixam, exclusivamente, de consumir o leite materno.
Para atrair os pequeninos, o tamanho, o formato, as cores dos alimentos que vão ao prato, e a maneira como são preparados, influenciam na curiosidade em experimentar algo que eles não gostam, pensam que não gostam ou têm medo de provar.
IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO
Vale lembrar que, até os seis meses de vida, o bebê deve se alimentar exclusivamente no peito da mãe. Somente após este período é que começa a introdução dos alimentos na dieta infantil — inicialmente com as frutas, porque elas estão acostumadas com o paladar mais doce, pelo fato de o primeiro alimento ser o leite materno.
Frutas, legumes e verduras podem ser oferecidas na forma pastosa, amassada ou passada na peneira e não liquidificada. Os legumes e verduras devem ser acompanhados de cereais, tubérculos e carne.
A inserção destes itens ao prato da criança precisa ser progressiva, respeitando os limites dela. Mas o aleitamento materno deve continuar até dois anos de idade ou mais. Somente a partir dos oito meses de vida é que os pais podem oferecer os mesmos alimentos preparados para a família, desde que picados ou cortados em pequenos pedaços.
As crianças, a partir de dois anos de idade, já podem consumir as mesmas refeições dos adultos. Os pequenos, a partir de seis meses, devem consumir três porções de legumes e verduras, e três a quatro porções de frutas ao dia.
CONSERVAÇÃO
Quanto à conservação das mini-hortaliças, não é necessário cuidados especiais, podendo ser utilizadas as mesmas precauções que dispensamos às convencionais.
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Fonte: Revista A Lavoura – Edição nº 713/2015