Preço do arroz gaúcho segue escalada e bate novo recorde
Os preços do arroz gaúcho, principal referencial nacional, mantiveram a escalada de alta na terceira semana de junho. A saca de 50 quilos era comercializada a uma cotação média de R$ 46,70 na quinta-feira (16), contra R$ 45,30 na semana anterior. Em relação a igual período do mês passado, a alta era de 12,9%, quando a saca valia R$ 41,38. Na comparação com igual momento de 2015, a elevação era de 39,9%, quando a saca custava R$ 33,37.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, este patamar recorde reflete o quadro de escassez de oferta. “Os elos da cadeia produtiva vêm buscando um novo ponto de equilíbrio para as cotações”, explica.
“A primeira referência é a paridade de exportação, ponto em que se torna mais atrativa a venda para o mercado interno”, pondera Bento. “A outra é a de importação, ou seja, o ponto em que o produto importado passa a ser atrativo para a substituição do nacional”, acrescenta.
Além disso, com o quadro ajustado, os preços ficam sensíveis a eventual pressão de oferta (vencimento de custeio) ou de demanda (para repor estoques). “A tendência segue sendo de preços em recuperação ao longo da temporada”, estima.
No cenário internacional, destaque para o relatório de junho de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que estimou a produção mundial de arroz beneficiado em 480.72 milhões de toneladas para 2016/17, contra 480.71 milhões no mês passado. Para 2014/15, foi estimada safra de 470.89 milhões de toneladas.
As exportações mundiais de arroz beneficiado foram estimadas em 40.53 milhões de toneladas para 2016/17, contra 40.66 milhões de toneladas no mês passado. A estimativa para o consumo é de 480.39 milhões de toneladas de beneficiado para 2016/17, contra 480.53 milhões de toneladas estimadas no mês anterior.
Baseado nas estimativas de produção, exportação e consumo, os estoques finais mundiais de arroz beneficiado na temporada 2016/17 foram previstos em 106.95 milhões de toneladas, contra 106.61 milhões de toneladas no relatório passado. Para 2015/16, foram estimados estoques de 106.62 milhões de toneladas.
A Índia deverá produzir 105 milhões de toneladas beneficiadas em 2016/17; a Tailândia, 17 milhões e o Vietnã, 28.50 milhões de toneladas. A safra brasileira está estimada em 8.50 milhões de toneladas de beneficiado. A safra da Indonésia está projetada em 36.6 milhões de toneladas. A produção chinesa está estimada em 146.5 milhões de toneladas.
Mercado de boi gordo segue apresentando restrição de oferta
O mercado de boi gordo operou com preços de estáveis a mais altos nesta semana. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos estão lidando com restrição de oferta neste mês de junho.
“A principal consequência dessa situação é o aumento dos preços de balcão em grande parte do Centro-Sul. A expectativa é pela continuidade desse movimento, ao menos no curto prazo”, assinalou Iglesias.
O clima frio poderia gerar algum aumento de oferta, mas a realidade é que não há muita disponibilidade de animais de safra ao ponto de pressionar os preços do mercado interno. Com a chegada da entressafra, há uma maior dependência do boi gordo confinado.
“Em meio ao elevado custo de produção é natural que a disponibilidade de boi gordo ao longo do segundo semestre seja menor, o que pode resultar em expressiva alta dos preços do mercado físico em todo o País”, disse.
A média de preços da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do país ficou assim nesta semana:
* São Paulo – R$ 158,05 a arroba, contra R$ 157,80 a arroba na semana passada.
* Goiás – R$ 142,00 a arroba, estável.
* Minas Gerais – R$ 146 a arroba, estável.
* Mato Grosso do Sul – R$ 141,58 a arroba, estável.
* Mato Grosso – R$ 135,22 a arroba, contra R$ 135,00 a arroba.
Abate de bovinos cai 5,2% no 1º trimestre, aponta IBGE
No primeiro trimestre de 2016 foram abatidas 7.29 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 5,2% e 5,8% menor que a registrada no trimestre imediatamente anterior e que no primeiro trimestre de 2015, respectivamente.
O abate de 446,88 mil cabeças de bovinos a menos no primeiro trimestre de 2016, em relação a igual período do ano anterior, foi impulsionado por reduções em 21 das 27 unidades da federação. As maiores quedas foram em Goiás (-116.080 cabeças), Minas Gerais (-114.890 cabeças) e Mato Grosso do Sul (-63.960 cabeças).
No ranking das unidades da federação, Mato Grosso continua liderando amplamente o abate de bovinos, seguido por Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Preços do frango apresentam reação no mercado brasileiro
O mercado brasileiro de frango apresentou recuperação ao longo desta semana, após um longo período de fraqueza.
O movimento de alta atingiu grande parte da região Centro-Sul, o que é salutar ao setor que precisa recuperar as margens perdidas com a forte elevação dos custos em 2016. A avaliação é do analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo o analista, ainda são necessários novos reajustes, uma vez que os custos seguem em patamares muito acentuados. “O grande vilão ao longo do primeiro semestre foi o milho, agora o farelo de soja vem ocupando essa posição”, disse o analista.
As exportações permanecem em ótimo nível, ajudando a consolidar o movimento de alta, uma vez que quanto maior o volume de embarques, menor é a disponibilidade interna.
As exportações de carne de frango do Brasil renderam US$ 216.9 milhões em junho, com média diária de US$ 27.1 milhões. A quantidade total exportada pelo País chegou a 142.500 toneladas, com média diária de 17.800 toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.521,40.
Na comparação com a média diária de maio, houve um ganho de 7,4% no valor médio exportado, uma elevação de 5,7% na quantidade e uma alta de 1,6% no preço médio. Em relação a junho de 2015, houve baixa de 10,2% no valor total exportado, ganho de 0,8% na quantidade total e desvalorização de 10,9% no preço médio.
Abates
No primeiro trimestre de 2016 foram abatidas 1.48 bilhão de cabeças de frangos. Houve queda de 1,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 7,1% na comparação com o mesmo período de 2015.
O abate de 98.22 milhões de cabeças de frangos a mais no primeiro trimestre de 2016, em relação a igual período do ano anterior, foi impulsionado por aumentos no abate em 14 das 25 unidades da federação com unidades de abate enquadradas na metodologia da pesquisa.
Os principais aumentos ocorreram em: Paraná (40.19 milhões de cabeças), Rio Grande do Sul (22.06 milhões de cabeças), Goiás (13.22 milhões de cabeças) e Minas Gerais (9.87 milhões de cabeças).
No ranking das Unidades da federação, Paraná continua liderando amplamente o abate de frangos, seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mercado para carne suína reage e movimento deve persistir
Os preços do mercado brasileiro de suínos permanecem em bom ritmo de alta e a perspectiva é pela continuidade deste movimento, considerando o elevado custo de produção presentes este ano. A avaliação é do analista de Safras & Mercado, Allan Maia.
“Somente nas últimas semanas é que houve um movimento de alta consolidado. Houve grande dificuldade no repasse dos custos no primeiro quadrimestre do ano, o que acarretou em grandes prejuízos ao setor”, completa o analista.
Novos reajustes são ainda importantes, visando à manutenção da margem de lucros em níveis saudáveis. O produtor deve ficar atento ao preço do farelo de soja, que vem apresentando preços em disparada nas últimas semanas.
A exportação segue apresentando excelente resultado, ajudando a escoar a produção brasileira, o que favorece as cotações internas.
Dados levantados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne suína, considerando todos os produtos (in natura, embutidos e outros processados) totalizaram 65.036 toneladas em maio.
O saldo – segundo melhor resultado mensal do setor neste ano – superou em 40,8% o total alcançado no mesmo período do ano passado.
No acumulado nos cinco primeiros meses deste ano, os embarques de carne suína atingiram 291.900 toneladas, volume 61,2% superior ao obtido entre janeiro e maio de 2015.
Com bons níveis de embarques, o setor também tem apresentado variação positiva na receita cambial. Em maio, foram US$ 125.3 milhões, 11% maior em relação ao mesmo mês do ano passado. No total do ano são US$ 510.9 milhões, saldo 18,1% superior ao alcançado entre janeiro e maio de 2015.
Também em reais os números são positivos. Em maio, o saldo chegou a R$ 440.4 milhões, 27,4% acima do alcançado no quinto mês de 2015. Já nos cinco primeiros meses o resultado chegou a R$ 1.904 bilhão, montante 48,6% superior ao alcançado no ano anterior.
“Os custos de produção foram repassados de forma mais significativa em maio, com preços médios quase US$ 150,00 superiores aos praticados em abril. Neste contexto, com a retração do consumo interno, os embarques têm dado um alívio para as empresas com a elevação do preço do milho e da soja. Ainda assim, o setor está em estado de atenção frente ao cenário de desabastecimento e alta de custos”, destaca Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.
Fonte: Agência Safras