A casquinha de soja pode ser um dos substitutos do milho no período de confinamento em 2016 diante o alto custo da saca de cereal em Mato Grosso. O milho corresponde a 90% da dieta bovina no confinamento. Mato Grosso deve confinar 12% a mais de animais em relação ao período em 2015.
Hoje, a saca de 60 quilos de milho em Mato Grosso varia entre R$ 31,90 em Ipiranga do Norte e R$ 38,20 em Alto Araguaia. Neste mês de junho o valor médio encontra-se em R$ 33,67, abaixo dos R$ 34,68 de maio, porém superior aos R$ 15,11 de junho em 2015.
A intenção de confinamento em Mato Grosso é de 755.493 cabeças em 2016, conforme primeiro levantamento feito em abril pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) em parceria com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). O volume é 12% maior que os 669.893 animais confinados em 2015.
Apesar da perspectiva de crescimento no volume de animais confinados, os pecuaristas estão agindo com cautela, de acordo com gerente de projetos da Acrimat, Fábio Silva. O motivo da cautela, explica ele, é o custo de produção que subiu no confinamento.
“Quando você olha a diária, que seria tudo aquilo que é gasto no confinamento, com exceção da aquisição de animais, ela teve um incremento de aproximadamente R$ 1,20 em relação ao ano passado. O motivo desse aumento foi o milho, principal insumo dentro da dieta do animal confinado”.
Em 2015, segundo o gerente de projetos da Acrimat, eram desembolsando em torno de R$ 5,60 de custo de produção diário e este ano foi para R$ 6,80. “O sinal vermelho já foi aceso e os pecuaristas que fazem conta já viram esse custo elevado, o que acaba gerando a cautela”.
O custo dentro da diária maior é com a alimentação, que corresponde a 70%. O milho sozinho é responsável por 90% do desembolso somente com insumos para a alimentação. De acordo com Fábio, existem alternativas de substituição para o milho, o que pode auxiliar para que o custo diário não venha a ser tão alto.
Entre as alternativas para a substituição do milho está a casquinha de soja, considerada interessante por ser rica em pectina, que previne que o animal venha a ter algum distúrbio metabólico.
Questionado sobre o uso de trigo no lugar de milho, como se tem visto em algumas regiões do Brasil. O gerente de projetos da Acrimat destaca que pode ser uma alternativa, porém pode sair caro, visto o Brasil não ser um grande produtor de trigo. Outros possíveis substitutos são o sorgo, o DDG e os resíduos de cervejaria.
Fonte: Agro Olhar