O interesse de importadores brasileiros de milho por cotas para aquisição do grão de fora do MERCOSUL sem impostos foi nulo em maio, sinalizando que na prática não há movimentos para compras do cereal dos Estados Unidos, mostraram nesta quarta-feira dados do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Em meados de abril, o governo federal liberou a importação de até 1 milhão de toneladas de milho de fora do Mercosul com isenção de tarifa numa tentativa de arrefecer os preços no mercado brasileiro, que têm atingido máximas históricas.
Para obter a isenção, no entanto, é necessário fazer uma requisição junto ao ministério.
Dados do ministério indicaram que não houve nenhuma solicitação de cota entre 9 e 24 de maio, mantendo-se o volume de 2.000 toneladas que entrou no sistema em abril.
Houve expectativa no mercado, após o anúncio da isenção da tarifa, de que os Estados Unidos, maior exportador global de milho, passasse a ser fornecedor para o Brasil neste período de crise, principalmente para granjas do Nordeste, para onde o custo de frete poderia ser competitivo.
Contudo, dados divulgados semanalmente pelo USDA têm mostrado que não houve nenhum embarque de milho para o Brasil nos últimos meses.
Indústrias de aves do Nordeste, que têm sofrido com a dificuldade de acesso ao milho, essencial para a ração dos animais, disseram no início do mês passado que exportadores da Argentina melhoraram as ofertas, numa estratégia para garantir o fluxo de exportações para o Brasil, que têm sido fortes nos últimos meses.
Mas especialistas do setor, como a consultoria Agroconsult, estimam que o Brasil também terá que contar com o milho dos EUA em algum momento este ano para fechar seu balanço de oferta e demanda, diante de uma quebra de safra e de fortes exportações no início do ano.
Fonte: Reuters