A moagem de cana-de-açúcar nas usinas da região Centro-Sul do País na safra 2012/2013 deverá ser superior as 518,50 milhões de toneladas estimadas pela Unica em setembro deste ano. O volume final esperado ao final da safra, em março de 2013, é de 532 milhões de toneladas, um crescimento de 2,6% em relação ao número projetado. O clima seco em novembro permitiu um avanço significativo da colheita.
Para a primeira quinzena de dezembro, os números preliminares levantados pela Unica apontam que aquantidade de cana-de-açúcar processada deverá ser maior que 17 milhões de toneladas. Dessa forma, no acumulado desde o início da safra até 15 de dezembro, a moagem poderá alcançar 528 milhões de toneladas.
Segundo a Unica, a melhor condição climática e a maior disponibilidade de cana-de-açúcar fizeram com que as unidades produtoras adiassem o encerramento da safra, ampliando a moagem nos primeiros quinze dias de dezembro. A maior parte das usinas já encerrou as atividades, mas pelo menos 50 fábricas vão moer até às vésperas do Natal.
A produção de açúcar esperada para o final da safra deverá totalizar 34,05 milhões de toneladas, 4,13% acima do volume projetado anteriormente. No caso do etanol, a produção estimada até o final da atual safra é de 21,33 bilhões de litros – 12,48 bilhões de etanol hidratado e 8,85 bilhões de litros de anidro – , crescimento de 6,63% sobre a projeção de setembro.
Essa produção de etanol anidro e a regulação vigente, que exige a manutenção de estoques por produtores e distribuidores no final da entressafra, deverão resultar em um cenário de abastecimento mais tranquilo nesse período de interrupção da produção.
Apesar do aumento na produção de cana-de-açúcar, o faturamento das empresas do setor nesta safra poderá ficar abaixo dos valores observados em 2011/2012. Em São Paulo, principal Estado produtor, o faturamento médio da indústria até novembro atingiu R$ 105,90 por tonelada de cana, queda de 6,72% em relação aos R$ 113,53 observados no mesmo período da safra anterior.
No caso do etanol, a receita média por tonelada de cana, acumulada de abril a novembro deste ano, totalizou R$ 92,18, queda de 10,34% em relação aos R$ 102,98 por tonelada em igual período da safra passada.
O faturamento com a comercialização de açúcar acumulado até novembro desta safra alcançou R$ 118,70 por tonelada de cana, retração de 3,95% em relação aos R$ 123,59 por tonelada na safra 2011/2012. A menor retração na receita observada na venda de açúcar se deve à desvalorização cambial nos últimos meses, que atenuou a queda de preço do produto no mercado internacional.
O etanol hidratado combustível vendido internamente continua sendo o produto menos atrativo para o produtor. A receita média obtida com a venda do produto nesta safra, acumulada de abril a novembro de 2012, alcançou apenas R$ 87,95 por tonelada de cana, valor consideravelmente inferior ao observado para o etanol anidro e o açúcar.
A situação do setor produtivo de etanol é delicada, os custos e o nível de endividamento de parte das unidades continuam elevados e, dessa vez, o processo de consolidação observado no passado deu lugar ao fechamento de usinas em dificuldades, com direcionamento da cana para outras unidades.
Já existe a confirmação de que seis empresas deixarão de processar cana na safra 2013/2014 e apenas duas novas unidades produtoras estão previstas para iniciar as operações no próximo ano.
Fonte: Globo Rural