O momento é de criatividade, empreendedorismo e inovação. Foi essa a recomendação feita pelo presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, aos alunos dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Integrante do painel “Desafios e Oportunidades de Gestão no Setor Privado em Momento de Crise”, realizado ontem à noite no I Seminário de Gestão de Ação da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), o representante do agronegócio deixou claro que o setor oferece diversas oportunidades, mesmo na crise, para quem se qualifica e está disposto a trazer o diferencial.
É fundamental sabermos o jeito de encarar essa crise que está aí. Quando a gente vem para o contexto mato-grossense, começamos a perceber muitas oportunidades. Há dez anos, produzíamos algo em torno de 23 milhões de toneladas de grãos. Hoje, Mato Grosso produz 51 milhões de toneladas. Já consolidamos duas safras. Em 2025, a projeção é que vamos ter quase 90 milhões de toneladas, segundo estudos do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). “Isso demandará muita gente qualificada”, exemplificou a pujança agrícola do Estado, Rui Prado.
Depois, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) destacou a importância de tornar as atividades agropecuárias, sobretudo da porteira para dentro, negócios administrados de forma empresarial. “A maioria das propriedades rurais de Mato Grosso ainda funciona na pessoa física. Tem produtor que lucra na casa do bilhão e ainda é pessoa física. É preciso que os administradores enxerguem esse mercado, pulem para dentro desse negócio, mas precisamos de gente qualificada para fazer gestão”, disse.
A industrialização, caminho inevitável para o beneficiamento da produção agropecuária de Mato Grosso, também foi alvo da explanação de Prado. A fabricação de combustível a partir do milho, por exemplo, é algo que já acontece hoje e deve ganhar cada vez mais dimensão, pois a safra de milho vem crescendo ano a ano. “Ele se transforma em alimento para animais e vai se transformar em combustível. Essas indústrias fatalmente vão se consolidar e, logicamente, precisarão de muita gente capaz, diferenciada, inovadora”.
Prado ainda enfatizou a necessidade de profissionais das áreas afins aos promotores do Seminário. “Nós vamos precisar de muita gente, o Estado já está precisando de administradores, economistas, etc. . Com essa pujança, a industrialização vai ter que aumentar aqui, e é aí que nós também precisaremos de mais gente. A produção está consolidada com o aumento até aqui e, em 2025, haverá essa proporção”.
O presidente aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, anunciar os investimentos que o Sistema Famato/Senar está fazendo para que Mato Grosso seja o proprietário intelectual das tecnologias voltadas ao campo. “Não basta sermos os campeões na produção, temos que deter, sermos proprietário desse conhecimento”, reforçou. A medida é a criação de uma empresa, à qual chama de AgroAceleradora, para fomentar, junto com instituições de ensino superior, governo, pesquisadores e o setor, empresas de startups voltadas ao desenvolvimento de tecnologias próprias do Estado a partir de toda a informação sobre a produção agropecuária local. “Por enquanto, somos apenas usuários das tecnologias que os americanos vêm aqui e oferecem para gente”.
Fonte: Famato