A falta de chuvas regulares nas principais regiões produtoras de milho safrinha em Goiás tem deixado os agricultores em alerta. Desde as últimas precipitações com intensidade adequada para a cultura, já se passaram aproximadamente 20 dias. E as previsões meteorológicas não se mostram animadoras: as chuvas só devem voltar ao Estado na última semana de abril e, mesmo assim, em volumes ainda baixos.
No cenário atual, há relatos de perdas consolidadas em cerca de 30% do potencial produtivo, principalmente na região de Rio Verde e Jataí, onde se concentra a produção de milho safrinha em Goiás. “Nos próximos dias de seca, os prejuízos vão se intensificar muito, com sério comprometimento da safra 2016/17, já que os produtores usam os recursos da safrinha para comprar insumos e investir na tecnologia do plantio seguinte. Hoje a segunda safra de milho é uma realidade, que faz parte da economia goiana e da renda dos agricultores”, disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz Pereira.
Em função do atraso na semeadura do milho, causado pelo também atraso no plantio da soja, é diverso o estágio de desenvolvimento das lavouras do cereal. Há plantas em fase de florescimento e outras nas fases vegetativas iniciais. A Aprosoja-GO estima que 30% das plantações foram instaladas em março, fora da janela ideal.
Ampliação de área
Conforme recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento da área de milho em Goiás no plantio de inverno foi de 5,2%, para 1.17 milhão de hectares. Por sua vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula um aumento de 12%, alcançando 1.27 milhão de hectares cultivados no Estado.
A ampliação recorde na semeadura de milho safrinha se justifica pelo cenário de preços superaquecidos no mercado interno e o histórico de excelentes resultados nas duas últimas safrinhas goianas. Para se ter ideia, no ano de 2015, a produção total de milho em Goiás superou 9 milhões de toneladas, ultrapassando a colheita de soja que, devido à estiagem no verão, foi de 8.6 milhões de toneladas.
Fonte: Notícias Agrícolas