O crescimento de 195% em 2015 dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) apontam que esses títulos podem se transformar em importante fonte de financiamento para a cadeia do agronegócio. A avaliação é de Ricardo Magalhães, superintendente de Relações e Projetos Estratégicos da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), que integra o mercado financeiro instituído pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
“Além de estarmos em um momento de restrição de crédito pelas fontes tradicionais de financiamento do setor, temos o cenário de acesso mais limitado ao mercado externo, o risco país, e, consequentemente, a taxa de juros, requerida pelo investidor, que passa a ser mais elevada”, explica Magalhães em entrevista ao Portal da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura).
“Diante desse quadro, precisamos desenvolver fontes locais de financiamento e, de preferência, que independam de recursos públicos; nesse aspecto, o CRA aparece como uma alternativa de captação de recursos via mercado de capitais”, ressalta.
O executivo aponta vantagens para as empresas do agronegócio: “acessar o investidor do mercado de capitais; ter isenção de imposto sobre operações financeiras (IOF); divulgar o nome e a marca da empresa e, consequentemente, contar com mais facilidade para novas captações de recursos no longo prazo”.
Pelo lado do investidor pessoa física, o CRA pode se tornar atrativo por ser uma aplicação de renda fixa e com isenção de imposto de renda. “É importante destacar que esse é um investimento que tem como lastro uma dívida e, com isso, o investidor deve conhecer os riscos envolvidos antes de tomar a decisão”, ressalva Magalhães.
Fonte: Agrolink