Agro comemora status de zona livre da Peste Suína Clássica em 14 Estados mais DF

Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) reconhece 14 Estados e o Distrito Federal como zonas livres da Peste Suína Clássica (PSC). Foto: Divulgação
Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) reconhece 14 Estados e o Distrito Federal como zonas livres da Peste Suína Clássica (PSC). Foto: Divulgação

Uma boa notícia animou o setor de suinocultura nacional: a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) reconhece 14 Estados e o Distrito Federal como zonas livres da Peste Suína Clássica (PSC). O pedido foi feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que agora irá ampliar este status para o DF, Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Também estão nesta lista os municípios de Guajará, Boca do Acre, Sul do município de Canutama e Sudoeste do município de Lábrea, no Estado de Amazonas. Hoje no Brasil, apenas dois Estados já contam com o certificado de zona livre da PSC, desde maio do ano passado: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“Esta conquista é resultado de um grande esforço da defesa agropecuária e um reconhecimento da competência técnica brasileira”, comemora o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, em entrevista coletiva em Brasília.

Segundo Rui Vargas, vice-presidente do Setor de Suínos da Associação Brasileira de Proteína Animal, o anúncio consolida um longo trabalho executado desde 2005, em conjunto com o Mapa, com a equipe técnica das secretarias de Agricultura do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e a ABPA (então, como Abipecs).

 

“Voltamos nossos esforços para oferecer as garantias necessárias para este reconhecimento, por meio de um trabalho em parceria que findou em uma importante vitória do Poder Público e da iniciativa privada da suinocultura do Brasil”, ressalta Vargas”, afirma Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de Suínos da ABPA. Foto: Divulgação
“Voltamos nossos esforços para oferecer as garantias necessárias para este reconhecimento, por meio de um trabalho em parceria que findou em uma importante vitória do Poder Público e da iniciativa privada da suinocultura do Brasil”, ressalta Vargas”, afirma Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de Suínos da ABPA. Foto: Divulgação

FAEMG

“Minas Gerais é o quarto produtor de suínos do Brasil e se destaca pela qualidade de sua genética. O Estado tem feito um trabalho intensivo no campo da defesa sanitária e alcançou um controle realmente eficiente”, ressalta Altino Rodrigues Neto, superintendente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de MG (Faemg).

Para ele, ter o reconhecimento da OIE representa abrir mais e melhores mercados, nacional e internacional, para exportação de nossos produtos, seja carnes ou reprodutores e matrizes  para reprodução. “Hoje, Minas responde por cerca de 10% das remessas nacionais de produtos suínos. Os principais importadores são Rússia, Ucrânia e Hong Kong.”

“Minas Gerais é o quarto produtor de suínos do Brasil e se destaca pela qualidade de sua genética. O Estado tem feito um trabalho intensivo no campo da defesa sanitária e alcançou um controle realmente eficiente”, ressalta Altino Rodrigues Neto, superintendente técnico da Faemg. Foto: Divulgação
“Minas Gerais é o quarto produtor de suínos do Brasil e se destaca pela qualidade de sua genética. O Estado tem feito um trabalho intensivo no campo da defesa sanitária e alcançou um controle realmente eficiente”, ressalta Altino Rodrigues Neto, superintendente técnico da Faemg. Foto: Divulgação

FAMATO

Segundo informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em 2015 Mato Grosso abateu 1,5 milhão de cabeças de suínos e produziu aproximadamente 130 mil toneladas de carcaças. A exportação deu um salto de 485% de 2014 para 2015, de 4.510 toneladas de carcaças para 21.895 toneladas.

“O reconhecimento de Mato Grosso como livre da Peste Suína Clássica favorecerá ainda mais as exportações, pois pode abrir novos mercados como por exemplo o México que representa 14% das importações mundiais de suínos. Hoje Mato Grosso exporta para Rússia, Hong Kong, Angola e Geórgia e faturou em 2015 51,3 milhões de dólares”, avalia o analista de Pecuária da Famato, Marcos Coelho de Carvalho.

 

FAMASUL

A cadeia de produção da carne suína vem demonstrando, pelo passar dos tempos, que o fator de maior influência para a localização da indústria é a produção de grãos da região Centro-Oeste. “Desta forma, há atualmente uma tendência na instalação de indústrias em Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A produção do milho safrinha otimizou o uso da terra em nosso Estado (MS), mas também estabilizou nossa produção deste grão que, junto com a soja, é essencial para a suinocultura. Porém a cadeia não está apoiada somente na logística de alimentação, já que a principal barreira sanitária e comercial para exportação de carne suína é a Peste Suína Clássica”, comenta Rodney Guadagnin Santos, consultor técnico do Departamento de Produção do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul).

Desta maneira, segundo ele, “este reconhecimento é muito importante para o Mato Grosso do Sul, no desenvolvimento e fortalecimento da suinocultura, pois, sem isto, perderíamos a oportunidade de expansão da nossa produção”. “Acreditamos que irá atrair mais indústrias para o estado visto que, sem o Certificado da OIE, não teríamos como exportar e alcançar mercados que garantam maior lucratividade para todo setor. De olho no futuro, o produtor sul-mato-grossense segue trabalhando e atendendo as normas de vigilância sanitária visando um horizonte mais amplo em breve.”

 

 

FAEG

“A Faeg recebeu o anúncio, feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), sobre a aprovação do pedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), para reconhecimento de 14 Estados brasileiros como livres de Peste Suína Clássica, dentre eles Goiás, com bons olhos. Esse reconhecimento é fruto de um trabalho, feito em conjunto, que vem sendo desenvolvido a varias mãos”, ressalta assessora técnica para área de Pecuária Christiane Rossi, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás.

De acordo com ela, a instituição trabalhou duro ao lado de associações, cooperativas, produtores e outras entidades, buscando atender às exigências do Mapa. “Receber essa notícia mostra que, juntos, somos fortes. O próximo passo é nos prepararmos para o que está por vir: a abertura de novos mercados, diante de produtos com maior valor agregado.”

Falando especificamente de Goiás, a expectativa é que este reconhecimento expanda o mercado goiano de suínos. “Agora, não teremos mais o empecilho da doença, o que impactava na credibilidade dos nossos produtos”, diz Christiane.

 

O próximo passo é nos prepararmos para o que está por vir: a abertura de novos mercados, diante de produtos com maior valor agregado”, diz assessora técnica para área de Pecuária Christiane Rossi, da Faaeg. Foto: Mendel Cortizo/Faeg
O próximo passo é nos prepararmos para o que está por vir: a abertura de novos mercados, diante de produtos com maior valor agregado”, diz assessora técnica para área de Pecuária Christiane Rossi, da Faaeg. Foto: Mendel Cortizo/Faeg

A DOENÇA

Causada por um vírus, a Peste Suína Clássica é altamente contagiosa e tem notificação compulsória para a Organização Internacional de Saúde Animal. Provoca febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, paralisia nas patas traseiras, dificuldades respiratórias e pode levar à morte do animal. Os últimos casos da doença no Brasil ocorreram em agosto de 2009, nos Estados de Amapá, Pará e Rio Grande do Norte.

Agora, com o referendo da OIE para os 14 Estados brasileiros e o DF, os 180 países-membros da instituição terão 60 dias para se manifestar tecnicamente sobre o assunto.

Acesse aqui o documento enviado pela Organização Internacional de Saúde Animal ao Ministério da Agricultura com a aceitação do pedido do Brasil.

 

Por equipe SNA/RJ

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