Com 910.000 cabeças, o Município de Uberlândia está credenciado como maior produtor de suínos do Brasil. Este número representa 2,4% do total produzido em todo o País. Com 5.500 unidades abatidas por dia, Uberlândia chega à marca de 1.452 milhão de cabeças abatidas por ano, segundo dados da Associação dos Granjeiros Integrados do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Agritap) e da Associação dos Produtores Integrados de Suínos do Estado de Minas Gerais (Aproimg). “No total, 85% dos suínos produzidos em Uberlândia são exportados”, disse Juliano Fagundes, presidente da Agritap.
Ainda de acordo com Fagundes, o Brasil já exportou este ano 60.000 toneladas a mais em relação a 2014. “A exportação de suínos atende, principalmente, à Rússia, ao Mercado Comum Europeu e a Hong Kong”, disse.
Em relação à produção e comercialização de suínos, Fagundes disse que, nos meses de setembro e outubro, houve um aumento no valor da carne e a tendência é de estabilização no preço e na procura do produto. “A tendência é favorável neste fim de ano e, para 2016, a expectativa é que o mercado se mantenha, por isso, não deve haver grandes alterações para o consumidor”, disse.
Quanto ao preconceito que ainda existe em relação ao consumo da carne de porco, o presidente da Agritap destaca o melhoramento genético e o controle sanitário na produção de suínos. “Nos últimos anos, a suinocultura desenvolveu um trabalho sério no melhoramento genético e o controle sanitário que existe, atualmente, garante a qualidade da carne suína”, disse.
Vitaminas
Presente na mesa das famílias brasileiras, principalmente, nas festas de fim de ano, a carne suína é um alimento rico em vitaminas que trazem benefícios ao organismo humano. Entre elas, podemos destacar a vitamina B1, que favorece o crescimento dos indivíduos e atua na síntese dos tecidos digestivo, cardíacos e nervosos; a vitamina C, que age estimulando o sistema imunológico do corpo, e a vitamina E, que é um potente antioxidante responsável pela boa manutenção dos tecidos nervosos e musculares.
Estrutura
Para a produção de suínos, Uberlândia é dotada de 18 maternidades, que atendem às porcas de parição. A partir daí, os leitões vão para as creches, onde ficam cerca de 45 dias. “Em seguida, são transferidos para uma das 128 unidades de terminação, onde ficam 150 dias até atingirem de 130 kg a 140 kg, para depois serem levados para o abate”, afirmou Jeane Silvia Leandro Guarnieri, diretora administrativa e financeira da Associação dos Granjeiros Integrados do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Agritap).
Avaliação
Ao avaliar o atual momento em relação à produção de suínos em Uberlândia, o diretor do Sindicato Rural de Uberlândia e presidente da Associação dos Produtores Integrados de Suínos do Estado de Minas Gerais (Aproimg), Thiago Silveira, disse que houve uma queda no consumo interno, mas, em contrapartida, as exportações mostram crescimento, já que o dólar está valorizado em relação ao real. “Houve uma retração no mercado, em virtude do alto custo de produção”, disse.
Apesar de considerar o atual momento delicado, Thiago Silveira explicou que, no caso de Uberlândia, onde cerca de 80% dos produtores são integrados, os efeitos da crise econômica não são sentidos, já que todas as oscilações são suportadas pela integradora, no caso, a BRF.
Para Silveira, é difícil traçar qualquer perspectiva para 2016, em virtude das dificuldades econômicas e políticas que o Brasil está vivendo. “A produção suína está atrelada ao câmbio e o que vai acontecer, vai depender, principalmente, da política econômica do governo e, até mesmo, do que vai acontecer em relação ao atual Governo. Por isso, a previsão para 2016 não é otimista, se pensarmos no mercado interno, que não deverá reagir”, afirmou o presidente da Aproimg.
Fonte: Notícias Agrícolas
