O calendário agrícola da soja, em Mato Grosso, foi alterado de forma excepcional, em razão da forte estiagem que ainda vem impactado as lavouras e que impõe prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão em razão da quebra na expectativa de produtividade. O governo do Estado prorrogou a data de plantio e colheita da safra atual, o ciclo 2015/16 de soja nas lavouras que apresentaram perdas e precisarão de replantio. Conforme o novo calendário, a semeadura poderá ser feita até 15 de janeiro e a colheita até 20 de maio de 2016, o que significa 15 dias a mais para cada um.
Como argumentou o vice-governador, Carlos Fávaro, a decisão atende ao pleito do setor produtivo e tem o objetivo de minimizar as perdas, tanto agrícolas como financeiras, esta última, ao produtor e as economias das cidades que vivem do agronegócio, bem como tentar blindar os cofres públicos e os investimentos propostos pelo Estado para os próximos anos.
“Diante da excepcionalidade climática, o governo tomou essa medida visando a minimizar a crise, oportunizando aos produtores que ainda não finalizaram seu plantio e os que precisam replantar, a possibilidade de poderem trabalhar para cumprir pelo menos seus compromissos contratuais de entrega física de soja”, disse o vice-governador.
A Portaria Conjunta nº 050/2015 da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) e do Instituto de Defesa Agropecuária (INDEA) circula no Diário Oficial do Estado (DOE), de quinta-feira (24/12).
Anteriormente, pela Instrução Normativa Conjunta SEDEC/INDEA nº 002/2015, o prazo para semeadura foi estabelecido entre 16 de setembro a 31 de dezembro de 2015 e a colheita deveria ocorrer até 5 de maio.
A medida leva em consideração a instabilidade climática ocorrida desde o início da semeadura até o momento, por influência do fenômeno El Niño, que provocou a falta ou a incidência irregular de chuva em algumas regiões do Estado. A prorrogação também considerou a importância econômica da atividade, uma vez que o agronegócio, liderado pela produção da oleaginosa, representa 51% do PIB de Mato Grosso.
De acordo com o Boletim Semanal da Soja, de 18 de dezembro, publicado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o plantio foi realizado em 98% das áreas de lavoura de soja. Porém, será preciso efetuar o replantio por falta de condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da planta.
A ampliação da ‘janela’ dará ao produtor a possibilidade de tentar diminuir as perdas. “A medida visa reduzir os impactos da baixa produtividade em decorrência da falta de chuva regulares em algumas localidades, como nas regiões nordeste e médio-norte e, consequentemente, minimizar os efeitos na economia do Estado”, disse o secretário-adjunto de Agricultura da SEDEC, Alexandre Possebon.
O baixo potencial de rendimento de grãos implica não só em perdas para o produtor rural, como também para toda a cadeia da soja, fornecedores de insumos, revendas e a economia local.
Para a cultura da soja apresentar um bom desempenho é necessário um volume de água adequado, uma boa distribuição da chuva ao longo do ciclo. A disponibilidade hídrica baixa durante o crescimento da planta é, ainda, a principal limitação para o potencial de rendimento da cultura e a maior causa de variabilidade sobre o rendimento dos grãos.
Alerta
O plantio de soja sobre soja, ou safrinha de soja, continua proibido. O período de vazio sanitário vai do dia 15 de junho a 15 de setembro, visando a segurança sanitária, conforme consta na Instrução Normativa elaborada sob recomendação técnica.
Época de plantio da soja é prorrogada em Goiás
A Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), prorrogou o período de semeadura da soja. A medida, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (24/12), vale para 73 municípios de Goiás. A época de semeadura, que iria até o próximo dia 31, foi estendida até 31 de janeiro de 2016.
Segundo o coordenador-geral de Zoneamento Agrícola, Hugo Rodrigues, a prorrogação foi necessária para a implantação das lavouras pelos produtores que ainda não conseguiram semear ou precisam refazer o plantio por causa das chuvas irregulares no estado. A medida permite que, caso haja perdas na lavoura, o produtor tenha acesso ao seguro agrícola e ao Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária).
O ministério esclarece que as lavouras semeadas no mês de janeiro, nos municípios indicados, continuam apresentando riscos climáticos semelhantes àquelas semeadas em dezembro, conforme os estudos de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). E ainda lembra que, nos municípios onde a prorrogação foi autorizada, a janela de semeadura para o milho 2ª safra será comprometida, ou seja, não será possível fazer o plantio dentro da janela do ZARC. O produtor deve ainda observar as regras estaduais quanto às questões fitossanitárias aprovadas pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária.
Veja na portaria do Diário Oficial da União, com os municípios onde a época de semeadura foi prorrogada.
Fonte: MAPA