Boi/CEPEA: baixa oferta sustenta preço no Pará
No correr deste ano, a arroba do boi gordo negociada no Pará acumula alta de 9,4%, uma das maiores entre todas as regiões acompanhadas pelo CEPEA – em SP, por exemplo, a valorização se limita a 2,9%. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de out/15), no entanto, a média deste mês no Pará (R$ 134,21) está 3,3% menor que a de novembro do ano passado (considerando-se até o dia 17).
Mesmo com a forte queda nas exportações brasileiras de gado em pé ao longo de 2015, os preços do boi gordo têm se mantido firmes no estado, que é o maior exportador de animal vivo no País. Segundo pesquisadores do CEPEA, o suporte vem principalmente da oferta restrita de animais para abate – principal produto exportado em pé – também naquela região, devido ao clima mais seco. Além disso, aumentou a demanda de frigoríficos de outros estados, o que reduziu ainda mais o volume disponível no Pará.
Ao mesmo tempo, a Venezuela, maior compradora de bovinos vivos do Brasil, teria diminuído sua demanda devido às dificuldades econômicas que atravessa. A exportação de animais vivos foi afetada, ainda, pelo naufrágio de uma embarcação com 5.000 animais, em Vila do Conde, nordeste do Pará, em outubro.
A partir do acidente, os envios foram interrompidos naquela rota. De janeiro a outubro, foram exportadas 192.100 cabeças de boi vivo, 67% a menos que no mesmo intervalo do ano passado (581.700 cabeças), segundo dados da Secex. Desse total exportado, 188.500 cabeças ou 98% saíram do Pará, diminuição de 66% no comparativo anual – em 2014 (até out/14), o estado havia embarcado 563.700 cabeças.
Suínos/CEPEA: setor avança novembro com expectativas distintas
O setor suinícola avança novembro com expectativas distintas. Enquanto produtores de várias regiões estão retraídos, apostando em alta do preço no curto prazo em função do típico aquecimento da demanda no fim do ano, frigoríficos limitam as aquisições, indicando ritmo lento das vendas da carne e estoques relativamente altos.
No geral, dados do CEPEA indicam que os preços do suíno vivo estão predominantemente firmes, mas, em algumas praças, depois de terem restringido a oferta em semanas anteriores, agora, produtores voltam a negociar, o que tem causado queda dos preços. Essa situação ocorre, por exemplo, em Minas Gerais. Já nas praças paulistas de São José do Rio Preto, Avaré/Fartura e Grande São Paulo, as cotações do suíno vivo subiram em sete dias.
Em alta, custo de produção do frango continua batendo recordes
Mesmo depois de, em setembro passado, ter superado recorde que se mantinha desde agosto de 2012, o custo de produção do frango continuou em alta. Em outubro último chegou à casa dos R$ 2,65/kg, valor que representa aumento de quase 12% sobre o velho recorde, imbatível por mais de três anos.
Os dados são do levantamento mensal efetuado pela Embrapa Suínos e Aves e mostram que em relação ao mês anterior o acréscimo no custo ocorrido em outubro foi incisivo, ficando próximo dos 7%. Entretanto, bem mais forte foi a variação anual, pois, comparado com o valor levantado um ano atrás, em outubro de 2014, o incremento (assustador) chega a quase 30%. Culpa, essencialmente, das matérias-primas (milho e farelo de soja) que (dados de mercado para o interior de São Paulo) alcançaram em outubro os maiores preços dos últimos três anos.
Uma vez que esses resultados têm como parâmetro aviário com climatização positiva situado no estado do Paraná, não cabe compará-los com o preço recebido pelo produtor local, pois a produção paranaense se encontra, praticamente, totalmente integrada.
Mas vale, para simples comparação (e uma vez que tais resultados não devem ser muito diferentes), utilizar os valores recebidos pelo produtor de frangos do interior paulista (e que, por sinal, continuam sendo adotados como referência nacional para avaliação do mercado de frangos).
Pois bem: alcançando em outubro preço médio pouco superior a R$ 2,98/kg, o frango vivo valorizou-se apenas 3,85% em relação ao mês anterior, enquanto em relação a outubro de 2014 obteve incremento próximo, mas inferior, a 8,5%.
Os índices de retorno, portanto, vêm sendo bem menores do que está sendo investido. Apesar de, no momento, os preços recebidos pelo frango vivo também atingirem valores recordes. Os recordes, no entanto, são apenas nominais.
Fontes: Cepea/Esalq e AviSite