Os preços globais dos alimentos registraram em setembro a primeira alta em 18 meses, puxados pelos segmentos de açúcar e laticínios, afirmou hoje a Agência para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO). Em seu Índice Preços dos Alimentos, divulgado mensalmente, os preços subiram do patamar de 155,1 para 156,3 no mês passado.
Apesar do ganho de menos de 1%, é uma guinada na comparação com agosto, quando o indicador recuou 5,2%, na mais brusca queda em quase sete anos. Segundo a FAO, apesar do leve repique, o indicador ainda se mantém 18,9% inferior ao mesmo período do ano passado e também no patamar mais baixo em quase seis anos, devido à superoferta e demanda menor.
A alta se deveu sobretudo aos preços mais elevados dos laticínios e do açúcar. No caso do açúcar, o índice registrou uma elevação de 3,2% em relação a agosto — quando havia caído 10%. Os temores do impacto climático El Niño sobre a produção de açúcar no Brasil,l maior produtor mundial, têm pressionado as cotações internacionais, disse a FAO. A redução da safra tende a elevar o déficit do produto.
Já o índice referente aos produtos de laticínio ficou 5% maior que em agosto, quando também havia caído 9,1%. Neste caso, a decisão de enxugar a oferta na Nova Zelândia, em resposta aos preços baixos, influenciou a reversão do indicador.
Fonte: Valor Econômico