TPP ameaça vendas do agronegócio

Produtores dos EUA, Canadá e Austrália, especialmente, estimam que vão ganhar importantes fatias de mercado agrícola na Parceria Transpacífico (TPP), com produtos que são de interesse exportador do Brasil, como carnes bovina, suína e de frango, açúcar e soja.

Enquanto os 12 países do acordo – EUA, Japão, Austrália, Canadá, México, Malásia, Chile, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Vietnã e Brunei – vão negociar entre eles com tarifas reduzidas, o Brasil e outros vão enfrentar alíquotas mais elevadas e provavelmente barreiras sanitárias maiores para exportar para o futuro bloco de 800 milhões de consumidores.

Os EUA comemoram a eliminação de tarifas de importação, que chegam a 40% sobre o frango americano, 35% sobre soja e 40% sobre suas exportações de frutas.

Americanos, australianos e canadenses comemoram o potencial de vendas milionárias de carne bovina para o Japão e o Vietnã. Os japoneses vão baixar de 50% para 9% a tarifa sobre certos cortes de carne bovina. E também de 38,5% para 9% sobre carne bovina fresca, refrigerada e congelada, ao longo de 15 anos.

O Vietnã vai eliminar a tarifa de 31% sobre carne fresca e congelada em dois anos. A tarifa sobre outras produtos derivados de bovinos será eliminada em sete anos. O Japão prometeu acabar em 15 anos com a tarifa de 50% sobre carne bovina transformada.

No caso de carne suína, os japoneses vão eliminar uma série de tarifas, que hoje variam de 27% a 4,3%, dependendo dos cortes, ou se é salsicha etc.

Produtores da Austrália mostram-se especialmente contentes, porque no acordo bilateral assinado com o Japão no ano passado só tinham conseguido baixar a alíquota sobre carne bovina refrigerada para 23,5% em 15 anos. Agora até mesmo a tarifa sobre importação de gado vivo será eliminada.

O México vai acabar com as tarifas de 20-25% na importação de carne bovina no prazo de dez anos, e de 10% sobre ovinos e caprinos em oito anos, além de pôr fim às alíquotas de 10-15% na importação de animais vivos. O Peru acabará gradualmente com a alíquota de 17% sobre a carne bovina da Austrália. A taxa de 9% sobre ovinos e caprinos será eliminada.

A Austrália estima ganhos adicionais na venda de açúcar para os EUA. Pela TPP, o país ganhará acesso adicional com nova cota de 68.000 toneladas. Também obteve a garantia de que terá 23% de futuro aumento do mercado, o que pode totalizar 400.000 toneladas de exportação de açúcar para os EUA em dois anos.

O Japão vai abrir o mercado para os parceiros também para a importação de arroz, produto altamente protegido no país. Os australianos conseguiram cota adicional de 6.000 toneladas por ano, que com o tempo pode crescer para 8.400 toneladas.

O Canadá, quinto maior exportador agroalimentar do mundo, vê chances enormes de expansão principalmente para Japão, Malásia e Vietnã, com as tarifas preferenciais que passará a ter. A expectativa é de mais vendas de carnes bovina e suína, cereais, malte e ração para animais.

 

Fonte: Valor Econômico

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