Há dez anos o Brasil trabalha para manter a posição de líder no ranking mundial de exportação de carne de frango. A qualidade, sanidade e preço contribuíram para o aperfeiçoamento do setor que hoje leva o produto para mais de 150 países. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil responde por aproximadamente 40% da carne exportada no mundo.
De acordo com o USDA, o mercado mundial de frango segue competitivo e os Estados Unidos ocupa o segundo lugar no ranking de exportação do produto com 28%, em terceiro a União Europeia 9% e em quarto a Tailândia e China com 4% das vendas. Números do MAPA revelam que a taxa de crescimento do sal das exportações brasileiras deve atingir 5,62% ao ano, mantendo assim, o País na liderança mundial.
O desempenho e determinação dos avicultores brasileiros resultaram em novo recorde de exportação no mês de julho. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que os embarques do produto somaram 409.800 toneladas, um aumento de 21% se comparado as 337.200 toneladas exportadas no mesmo mês de 2014. Em receita, os embarques também cresceram e renderam US$ 685.1 milhões em julho, acréscimo de 2,7% em relação aos US$ 667 milhões do mesmo período do ano passado.
Produção
A abertura de novos mercados e o aumento das exportações devem elevar a produção brasileira de carne de frango em 2016 e subir 3,8%, totalizando 13.5 milhões de toneladas contra 13 milhões de toneladas em 2015, segundo estimativa do USDA. Hoje os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar no ranking de produção mundial do produto com 20%, em seguida a China empatada com o Brasil, ambos com 15 %.
Uma pesquisa feita pelo Avisite indica que, em 2019, o Brasil deverá produzir 29.599 milhões de toneladas de carnes, sendo a carne de frango responsável por 50,32% desse total, somando assim, produção de 14.894 milhões de toneladas. A de carne bovina será de 10.589 milhões, e a de carne suína, 4.116 milhões de toneladas nesse mesmo ano. O assessor técnico da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Victor Ayres, explica que projeções da produção de frango indicam que o Brasil subirá para a 2ª posição no ranking mundial este ano, ultrapassando a China.
Responsável por mais de 30% da produção brasileira de frango, o Paraná ampliou para 34,9% a participação em volume nas exportações brasileiras no primeiro semestre. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que ao todo, as exportações do produto do estado totalizaram 592.700 toneladas nesse período, um avanço de 17,8% em comparação com as 588.020 toneladas comercializadas em 2014.
Já com relação ao abate de frangos, o Paraná atingiu 152.4 milhões de cabeças no mês de julho. Segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) o volume é 9% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram abatidas 139.2 milhões de cabeças. Ainda de acordo com o Sindicato, no acumulado de janeiro a julho, o estado abateu 953 milhões de aves.
“Todo esse resultado somente é alcançado devido aos modelos de integração econômica firmados entre avicultores e agroindústrias, que geram produtos de qualidade e em quantidade regular, sempre atendendo aos requisitos exigidos por nossos compradores internacionais”, afirma Victor Ayres.
Consumo
Atualmente a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil e está entre os dez maiores consumidores no mundo. De acordo com Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo doméstico da carne corresponde a 45 kg per capita por ano. Em 2014, consumo per capita da carne fechou em 42,8kg, conforme dados divulgados pela ABPA no início deste ano.
Produção Integrada
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tem se empenhado para regulamentar os contratos de integração nas atividades agrossilvipastoris e as relações contratuais desse sistema. Na quinta-feira da semana passada (20/08), a entidade participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o projeto de Lei da Integração (PL nº 6.459/2013).
Na proposta, critérios como custos de produção, preço de mercado dos produtos da cadeia, indicadores de eficiência, entre outros temas, poderão ser incluídos e serão os alicerces da remuneração do produtor integrado, incluindo os avicultores. Para tentar resolver os impasses, a CNA defendeu que a metodologia empregada para se estabelecer a remuneração do produtor fosse desenvolvida por grupo técnico paritário, composto por produtores e indústrias intermediado pela academia.
Segundo o assessor técnico da CNA, Victor Ayres, o modelo de remuneração adotado pelo sistema de integração é o principal problema do desequilíbrio na relação contratual entre as partes. “O modelo não é discutido com critérios e diretrizes bem definidas sobre o que deve pesar na remuneração ao produtor. Dessa forma, a CNA continuará trabalhando para harmonizar esta relação e obter equidade distributiva na participação dos resultados financeiros”, afirmou.
Fonte: Canal do Produtor