A Gazeta (Cuiabá): China reduz as importações

Principal consumidora internacional dos produtos mato-grossenses, a China reduziu em 28,41% as importações. Mesmo com a queda acumulada nos 7 primeiros meses, comparado com igual intervalo de 2014, as vendas para o país asiático movimentaram US$ 3,141 bilhões, equivalente a 39,42% do saldo total das exportações estaduais (US$ 7,970 bilhões) no período.

Em 2014, entre os meses de janeiro a julho, Mato Grosso assegurou US$ 4,388 bilhões com os embarques de produtos para aquele país. “A desvalorização das ações na Bolsa de Xangai no último mês intensificou os temores de desaceleração acentuada da economia da China, que se confirmada, pode pressionar as cotações da maioria das commodities e reduzir a demanda por produtos agrícolas brasileiros”, aponta em nota a consultoria INTL FCStone.

De 15 de junho a 17 de julho, o índice Xangai Composto acumulou queda de 23,40%. A soja é a commodity agrícola
com maior dependência da China nas exportações brasileiras.

Especialista em commodities e vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Helio Sirimarco, comenta que no 1º semestre deste ano houve queda de 17,5% na receita comercial das exportações brasileiras para a China. O país absorveu 27,2% do total das exportações brasileiras no período e garantiu US$ 11,750 bilhões. “O complexo soja liderou as exportações, mas com queda de 20,2% em relação ao ano passado”.

Isso aconteceu porque o recuo no preço médio da soja foi significativo, ao baixar de US$ 506 a tonelada para US$ 387/t. “Em termos de quantidade embarcada, passou de 23,7 milhões de toneladas para 24,7 milhões (t), quer dizer, o Brasil vendeu 1 milhão de toneladas a mais, mas a queda nos preços levou a uma perda de 23%”.

Para o economista especializado em Comércio Exterior, Vítor Galesso, a situação de crise econômica na zona do Euro e na China cria especulações que afetam ainda mais o mercado. “Todo mundo interrompe negociações para evitar perder dinheiro. E a soja estava sendo objeto de investimento, havia investidores comprando estoques e que agora pararam”.

Por outro lado, ele não acredita que essa crise afete a venda de commodities agrícolas.“Pode fechar o ano com redução de 5% a 10% no consumo global, mas estamos falando de itens de consumo fundamentais”.

 

Fonte: A Gazeta (Cuiabá), 11/08/15

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