Produtor deve agilizar contratação de seguro para garantir subvenção

A redução nos recursos do governo federal para o seguro agrícola na safra 2015/2016 deixou o setor agropecuário brasileiro em alerta. O valor anunciado ficou em R$ 668 milhões contra os R$ 700 milhões do período anterior. A demanda no País por seguro agrícola chega a 40%, mas a estimativa é que o crescimento real será muito pequeno na safra 2015/2016.

O diretor executivo da Tovese Corretora de Seguros, Otávio Simch, estima que podem faltar recursos para atender aos produtores. Cita como exemplo a soja que, no ano passado, utilizou R$ 260 milhões e, para 2015, foram destinados apenas R$ 100 milhões para a cultura, sendo R$ 60 milhões para agosto e R$ 40 milhões para setembro. O setor trabalha junto ao Ministério da Agricultura para que os R$ 300 milhões disponibilizados em 2014 não sejam descontados do valor total previsto para este ano.

Com o custo das lavouras cada vez mais alto, principalmente neste ano com o aumento dos insumos em torno de 30%, a subvenção dada pelo governo federal ajuda a diminuir os gastos. O diretor da Tovese ressalta que ao olhar a planilha de custos, o menor valor é o seguro. O especialista alerta ainda que o risco em relação ao seguro agrícola no Brasil, principalmente na Região Sul, é muito grande. “Com isto, as seguradoras precisam buscar equilíbrio no custo benefício do produtor”, salientou.

Simch salienta que, em uma visão estratégica, é preciso evitar uma nova dívida em função de frustração de safra. “Com o custo financeiro de dois meses de composição de dívida, hoje já é possível contratar o seguro da lavoura”, enfatiza, acrescentando que as cooperativas e empresas de insumos já têm consciência de que precisam se proteger com o seguro das lavouras nas operações de “troca-troca”.

Em dois anos, entre 2011 e 2013, o volume de contratações de seguro agrícola mais que dobrou no País, segundo dados oficiais e disponibilizados no site do Ministério da Agricultura. Simch lembra que embora os números oficiais ainda não tenham sido anunciados, é possível verificar que em 2012 o País tinha 7,9% da área plantada segurada, e no final de 2014 este percentual chegou a 14,1%. Ao comparar, no entanto, com os Estados Unidos que têm 92% da área plantada cobertas com seguro privado, fica claro que o Brasil precisa avançar com o seguro da lavoura. “Com um avanço rápido, poderemos começar a sonhar com o seguro de renda, que é o melhor mecanismo para o produtor”, garante Simch.

As contratações de seguros para soja, arroz, milho, frutas e demais culturas já estão ocorrendo. O especialista salienta que a recomendação ao produtor é que antecipe a contratação do seu seguro e, se possível, contrate ainda em julho para ficar na prioridade da subvenção. Simch lembra que o custo ao produtor é atrativo. “Na cultura de soja e arroz, com o valor de uma saca se paga o seguro que garante o investimento na lavoura”, conclui.

 

 

Fonte: Agrolink

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