Adubo orgânico melhora condições do solo

“O fertilizante orgânico propicia melhoria das características químicas, físicas e biológicas do solo, portanto, além dos nutrientes que disponibiliza para as plantas, melhora as condições do solo em relação à sanidade e desenvolvimento radicular, promovendo o desenvolvimento integral da planta", explica o pesquisador Ivo de Sá Motta, da Embrapa Agropecuária Oeste. Foto: Sílvia Zoche Borges/Divulgação
“O fertilizante orgânico propicia melhoria das características químicas, físicas e biológicas do solo, portanto, além dos nutrientes que disponibiliza para as plantas, melhora as condições do solo em relação à sanidade e desenvolvimento radicular, promovendo o desenvolvimento integral da planta”, explica o pesquisador Ivo de Sá Motta, da Embrapa Agropecuária Oeste. Foto: Sílvia Zoche Borges/Divulgação

Restos de frutas, verduras, cascas de ovos e outros tipos de alimentos, assim como resíduos de palhas, camas de criações, esterco e resíduos agroindustriais. Tudo pode ser transformado em adubo orgânico, por meio da compostagem e da vermicompostagem. É o que garante o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) Ivo de Sá Motta.

“O fertilizante orgânico propicia melhoria das características químicas, físicas e biológicas do solo, portanto, além dos nutrientes que disponibiliza para as plantas, melhora as condições do solo em relação à sanidade e desenvolvimento radicular, promovendo o desenvolvimento integral da planta. Ainda promove a reciclagem de resíduos orgânicos, evitando a contaminação ambiental”, destaca.

De acordo com o especialista, este tipo de adubo, que fornece nutrientes para as plantas e nutrientes e energia para os organismos benéficos do solo, pode ser usado tanto em pequenas quanto em grandes áreas, “desde que seja complementarmente à adubação verde em rotação com a cultura principal e com adubação mineral complementar”.

“Por exemplo, hoje em canaviais realiza-se a adubação verde com Crotalária junceae e na adubação (de manutenção ou de plantio) utiliza-se a compostagem de torta de filtro na adubação em sulcos juntamente com a adubação mineral.”

Para produzir este tipo de fertilizante, Motta explica o processo de compostagem e vermicompostagem: “Ambas consistem no processamento biológico de resíduos de origem animal e vegetal. Na compostagem os principais agentes são os fungos e bactérias; já na vermicompostagem são as minhocas da espécie Vermelha da Califórnia ou Gigante Africana”.

RECOMENDAÇÃO

Conforme a Embrapa, os produtos da compostagem e vermicompostagem podem ser aplicados em cultivos intensivos, como hortas, pomares, ervas medicinais, floricultura e condimentares, como adubo orgânico, húmus liquido ou chá de composto e substrato para mudas.

Para a conservação dos solos, o fertilizante orgânico é recomendado porque “favorece, principalmente, a infiltração e conservação das águas da chuva, contribuindo para evitar a erosão dos solos, promovendo um melhor aproveitamento das águas pluviais pelas plantas, intensificando a atividade de organismos benéficos do solo e fornecendo nutrientes para as plantas e, portanto, melhorando a capacidade produtiva dos solos”.

Motta pontua que, com a utilização do adubo orgânico, há melhor desenvolvimento das plantas, intensificação da atividade biológica dos solos e manutenção de sua fertilidade, evitando inclusive a erosão.

A PRODUÇÃO

Para começar a produção do composto orgânico ou húmus de minhoca, o pesquisador salienta que é necessário ter resíduos disponíveis, principalmente estercos e palhas, além das ferramentas.

“O processamento pode ser manual ou mecanizado. Quando manual: carrinho de mão, pás, enxadas, forcado curvo e reto. Quando feito de forma mecanizada: carretas tracionadas por trator, composteira e pá carregadeira. Quanto ao local para o processamento dos resíduos: terreno ligeiramente inclinado, protegido de enxurradas, com água para irrigação e facilidade de acesso.”

SAIBA MAIS

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2015 como Ano Internacional dos Solos. Insumo fundamental para o desenvolvimento humano, estima-se que, nos últimos 50 anos, a quantidade de terra agricultável per capita diminuiu cerca de 50% no mundo e aproximadamente 33% das terras são afetadas pela erosão.

Por equipe SNA/RJ

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