Mecanização do café conilon será debatida no IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

Uma das principais dificuldades dos cafeicultores é a escassez de mão de obra durante o período da colheita do café. Foto: Divulgação
Uma das principais dificuldades dos cafeicultores é a escassez de mão de obra durante o período da colheita do café. Foto: Divulgação

Uma das principais dificuldades dos cafeicultores é a escassez de mão de obra durante o período da colheita. Nesse sentido, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) – instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café -, em parceria com a Ufla, Embrapa, produtores e empresas ligadas à indústria de máquinas, tem realizado estudos para a adaptação de colheitadeiras mecânicas para as lavouras de café conilon do Estado de Espírito Santo.

Os estudos analisaram diversos aspectos inerentes à colheita do conilon: o desempenho por hectare das colheitadeiras nas diferentes lavouras, os custos de produção e as características da planta, arquitetura dos materiais genéticos, número de hastes/planta, uniformidade de maturação e até a força necessária ao desprendimento dos grãos, foram observados.

Os resultados e benefícios dessa pesquisa de adaptação e utilização de máquinas modernas e disponíveis no mercado na cafeicultura capixaba serão discutidos no IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, promovido pelo Consórcio Pesquisa Café no Centro de Convenções de Curitiba, Paraná, de 24 a 26 de junho. O tema será apresentado no Painel 4 “Café Conilon – Mecanização” pelo pesquisador do Incaper José Antônio Lani e Walmi Gomes Martins, agrônomo da Jacto Máquinas Agrícolas. Essa edição do evento conta com o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) como anfitrião e apoio do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR).

De acordo com Lani, a mecanização do conilon atende principal demanda dos produtores de café da Região Norte do Estado quanto à escassez de mão de obra, e deve feita aliada a um manejo adequado da lavoura. A perspectiva é de que, em breve, as colhedeiras possam ser adquiridas por cooperativas ou alugadas por tempo determinado a fim de que o cafeicultor possa ter acesso.

“Por meio desses sistemas mecânicos, será possível reduzir em até 80% a mão de obra, ou seja, em uma mesma área onde atualmente trabalham 100 pessoas, com a colheitadeira mecânica, serão necessárias em torno de 20. Essa medida também irá trazer economia para os produtores de café. Atualmente, cerca de 35% da receita de uma saca de café são gastos com mão de obra”, completa o pesquisador.

Outro benefício proporcionado pela utilização da colheitadeira mecânica é a possibilidade de realização da colheita quando a maior parte dos frutos esteve na fase cereja, o que resulta em melhoria da qualidade do café.

“Com o sistema mecânico, é possível colher em menos tempo e com maior percentual de grãos maduros, o que melhora a qualidade do produto”, garante Lani.

Walmi Gomes Martim, representante da iniciativa privada, ratifica que o conhecimento científico é decisivo para comprovar os resultados positivos da mecanização e ainda para recomendar práticas de preparação da lavoura para a colheita com máquina.

“Alguns equipamentos foram adaptados de outras culturas. Uma das máquinas era colhedora de uva. Posteriormente, foi ajustada para a colheita de azeitona e agora foi desenvolvida para a colheita do café.”

DEMAIS TEMAS E SUBTEMAS

O IX Simpósio vai discutir ainda outros avanços recentes da pesquisa cafeeira alinhados às oportunidades e desafios da cultura do café no País e no mundo. Na solenidade de abertura, será realizada conferência sobre “Consórcio Pesquisa Café – Oportunidades e novos desafios”.

Oito painéis compõem a estrutura da programação do evento com os seguintes temas e subtemas: Cafeicultura de montanha (Práticas de manejo e Mecanização); Transferência de tecnologias na cafeicultura (Experiências de Minas Gerais, do Paraná e do Espírito Santo); Tendências do consumo de café (Mercado e tendências – enfoque nacional e internacional); Café conilon (Mecanização e Genética e melhoramento); Gestão sustentável da água na cafeicultura (Uso racional da água e Práticas conservacionistas para produção e reservação de água); Café e clima (Clima: diagnóstico e prognósticos para próxima década e Alterações Climáticas e a cafeicultura); Novas oportunidades de negócios (Projeto de Integração de Cafés Especiais e Agregação de qualidade ao café); e Indicações Geográficas: agregando valor ao produto (Experiência da Serra da Mantiqueira e do Norte Pioneiro do Paraná).

O IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil terá, ainda, cinco sessões técnicas com os seguintes temas: Tolerância à seca e biotecnologia; Produtos de origem biotecnológica aplicados na cadeia produtiva do café; Os novos desafios da cafeicultura familiar brasileira; Nutrição equilibrada do cafeeiro e Opioides do café: identificação, caracterização e potenciais aplicações.

O objetivo do Simpósio é apresentar resultados recentes das pesquisas realizadas no âmbito do Consórcio Pesquisa Café e ainda promover ampla discussão da comunidade científica com os diversos setores da cadeia produtiva do café para garantir aumento da competitividade, melhoria da qualidade do produto e sustentabilidade do setor.

EVENTO E INSCRIÇÕES

São esperados aproximadamente 1000 participantes dos diversos representantes dos setores que compõem o agronegócio café: pesquisadores, professores, estudantes, técnicos da extensão rural, lideranças dos diversos segmentos da cafeicultura, produtores de café, empresários do setor, imprensa especializada e demais interessados nos avanços da ciência e da tecnologia cafeeira. Até o momento (19 de junho), foram inscritos mais de 400 participantes.

Para se inscrever gratuitamente acesse o site do evento: www.simposiocafe.sapc.embrapa.br . Veja também no site a lista dos hotéis indicados pela organização do evento.

Para saber sobre o IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, o Consórcio Pesquisa Café, a Embrapa Café, o Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater-PR, acesse:

http://www.simposiocafe.sapc.embrapa.br

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/

https://www.embrapa.br/cafe

http://www.iapar.br/

http://www.emater.pr.gov.br/

Fonte: Embrapa Café

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