Com o fim das instalações de carregamento estimado para este mês, a Ferrovia Norte-Sul estará pronta para o transporte de grãos e deve beneficiar os produtores do norte de Goiás e região em cerca de 12%, com redução de custos para o escoamento da safra 2015/2016.
A avaliação é do coordenador executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, organização presidida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Considerada uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto recebeu investimento de R$ 25,8 bilhões e deve atingir cerca de quatro mil quilômetros.
O trecho em operação vai do município de Anápolis, em Goiás, à capital de Tocantins, Palmas, tendo o porto maranhense de Itaqui como destino das cargas agrícolas. O percurso tem 855 quilômetros e é o primeiro do País a operar sob as novas regras de concessão, para impedir o monopólio das companhias de logística.
“No novo modelo de concessão, recomendado pela ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres], uma empresa detém a ferrovia e vários operadores independentes fazem o transporte. Neste caso, a Valec é a detentora e o que está em haver é a definição das companhias que serão operadoras, por isso que o impacto real para o agronegócio deve acontecer só para a próxima safra”, explica Ferreira.
De acordo com o executivo, os possíveis Operadores Ferroviários Independentes (OFI), que já deram entrada para este trecho na ANTT, são: VLI, Brado Logística – do grupo Cosan/ ALL; e a Tora Logística.
Em fevereiro, o presidente da Tora, Walter Souza, disse à imprensa que os trechos ferroviários que seriam operados ainda não estavam definidos, mas a ideia era reduzir custos, considerando o aumento das despesas deste ano como a alta nos preços do óleo diesel.
Primeiro carregamento
Apesar das resoluções que ainda estão pendentes para o transporte efetivo na Norte-Sul, o primeiro carregamento já está definido.
“A Granol será a primeira empresa a fazer o embarque de farelo de soja por este trecho da Ferrovia Norte-Sul. A previsão de conclusão das instalações de carregamento é para o final de março e a capacidade será de mil toneladas por hora”, declarou a trading ao DCI, por meio de nota.
Uma vez disponível operacionalmente, a companhia afirma que o embarque dependerá apenas de negociações comerciais. O transporte será feito de Anápolis ao Porto de Itaqui. “Acredita-se que até junho seja feita essa operação”, acrescenta Ferreira.
Fonte: Agrolink