Na estimativa de safra brasileira de novembro, o número da INTL FCStone foi revisto, em função de ajustes na produtividade da soja em alguns estados. Com isso, a produção em 2014/15 deve ser de 92.67 milhões de toneladas.
Os determinantes para esse ajuste foram os diferentes padrões climáticos observados nas regiões produtoras brasileiras neste início de ciclo.
“No Centro-Oeste, que é o maior produtor de soja do Brasil, o atraso no plantio está sendo grande em função de uma seca prolongada em outubro. Alguns produtores precisaram fazer o replantio quando a chuva finalmente chegou. O volume de chuvas só se tornou uniforme e abundante nos últimos dias de outubro e os produtores aceleraram o plantio neste período. Com a concentração do plantio em um curto espaço de tempo, as lavouras ficam mais suscetíveis aos impactos do clima. Com isso, as produtividades potenciais foram levemente reduzidas, considerando o maior risco climático”, explicou a economista Natalia Orlovicin, do Departamento de Inteligência de Mercado da INTL FCStone.
Já no Sul do País, a situação é contrária. No Paraná, onde o plantio ocorre mais cedo, as chuvas foram abundantes durante todo o período de plantio, o que deu condições extremamente favoráveis à germinação. No Rio Grande do Sul, o plantio ainda está sendo iniciado, mas a situação de umidade do solo é muito adequada.“Com isso, sem alterações nas variáveis de demanda, o balanço brasileiro da safra 2014/15 deve ter estoques finais ainda confortáveis, em 7.58 milhões de toneladas”, destacou a economista.
Milho
A estimativa de novembro da INTL FCStone é de uma produção de 76.4 milhões de toneladas de milho para o safra 2014/15 no Brasil, o quer representa uma queda frente ao ciclo 2013/14.
Os números da safra de verão não sofreram alterações em comparação ao mês anterior. Por sua vez, têm-se as primeiras estimativas para a segunda safra.
Em comparação ao ciclo anterior, espera-se uma produção de milho um pouco menor no próximo inverno, em 45.99 milhões de toneladas, considerando área e produtividade menores.
“Essa redução ocorre principalmente diante das perspectivas para a safra do Centro Oeste, com destaque para o Mato Grosso. Além do contexto de oferta ampla de milho no Brasil, que deve resultar em estoques de passagem elevados da safra 2013/14, o plantio da soja no verão está atrasado no Mato Grosso, o que acaba deixando uma janela apertada para o cultivo da ‘safrinha’ de milho no estado, após a colheita da oleaginosa. Ademais, como os preços não estão tão favoráveis e considerando as incertezas climáticas em relação a um plantio fora da janela ideal, os investimentos devem ser menores, com muitos produtores, por exemplo, comprando sementes mais baratas”, explicou a economista Ana Luiza Lodi, do Departamento de Inteligência de Mercado da INTL FCStone.
Com essa produção de 76.4 milhões de toneladas e considerando um consumo interno de 55.5 milhões de toneladas e um volume exportado de 19 milhões de toneladas, estimam-se estoques finais de 16.35 milhões de toneladas para o ciclo 2014/15, o que resultaria numa relação estoque/uso de 21,9%. Destaca-se que os estoques iniciais foram ajustados para baixo, após a revisão das exportações da safra 2013/14 para 18.5 milhões de toneladas.
Fonte: Notícias Agrícolas