África do Sul reabre mercado para carne suína brasileira

“Com este mercado (da África do Sul), queremos expandir o fluxo de exportações de carne suína nacional, reduzindo a dependência do setor dos embarques para o leste europeu”, destaca Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA. Foto: Divulgação
“Com este mercado (da África do Sul), queremos expandir o fluxo de exportações de carne suína nacional, reduzindo a dependência do setor dos embarques para o leste europeu”, destaca Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA. Foto: Divulgação

O setor produtivo de carne suína recebeu uma boa notícia nesta semana, que promete reaquecer mercado com a África do Sul, que decidiu reabrir os negócios com o setor brasileiro, após nove anos de embargo. A decisão foi imposta em 2005, por causa do registro de focos de febre aftosa nos Estados de Paraná e Mato Grosso do Sul.

Antes das portas serem literalmente fechadas aos produtos suinícolas nacionais, por parte do país sul-africano, há quase uma década o Brasil chegou a exportar cerca de 18 mil toneladas para lá, segundo últimos dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A informação foi repassada pelo presidente-executivo da entidade, Francisco Turra, durante a abertura da Avisulat 2014, em Porto Alegre (RS).

Segundo ele, em 2005, a África do Sul foi o quarto principal destino do Brasil em relação às exportações de carne suína, daí a importância do retorno das negociações com o país.

“A África do Sul respondeu por 2,9% das exportações naquele ano”, destaca o vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas.

“Com este mercado, queremos expandir o fluxo de exportações de carne suína nacional, reduzindo a dependência do setor dos embarques para o leste europeu”, ressalta Turra.

De acordo com o presidente-executivo da ABPA, a reabertura das negociações de produtos suinícolas com o mercado sul-africano pode influenciar, em breve e de forma positiva, o saldo das exportações da suinocultura brasileira.

 

PERSPECTIVAS

O anúncio do fim do embargo pode colaborar para que o setor cresça nos próximos meses, considerando que, conforme números da ABPA, as exportações de carne suína in natura, por exemplo, registraram queda de 2,7% em outubro na comparação com igual mês de 2013, chegando a 43,6 mil toneladas. Apesar disso, a receita teve alta de 39,6%, atingindo US$ 183 milhões, pelo fato de ter ocorrido aumento de preço do produto.

No acumulado de 2014, os embarques de carne suína in natura chegaram a 350,3 mil toneladas, o que corresponde a uma queda de 7%, e receita de US$ 1,218 bilhão, elevação de 16,5%.

“O fluxo de embarques para o leste europeu continua ditando o comportamento de mercado. Por causa da continuidade da demanda elevada, o preço internacional segue em alta, propiciando uma receita cambial maior na comparação com 2013”, destaca Turra.

Na perspectiva do presidente-executivo da ABPA, o setor nacional de suínos deve fechar o ano com saldo positivo, não somente pela elevação dos preços no mercado externo, mas pela conjuntura interna.

“A tendência é favorecer o aumento do consumo de carne suína. Além disso, o cenário de oferta e demanda ajustadas está compatível com o volume de exportação mensal.”

 

Por equipe SNA/RJ

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