Cofco passa a controlar Nidera e Noble Agri

Em mais um caso de consolidação entre as tradings globais de agronegócio, a estatal chinesa Cofco anunciou ontem que concluiu as duas negociações que já havia anunciado neste ano: a aquisição de 51% Nidera, a maior trading de agronegócio da Holanda com volume de operações de US$ 17 bilhões, e de 51% do braço de agronegócio da asiática Noble Group, a Noble Agri, que no Brasil tem também usinas de cana-de-açúcar.

Com isso, a estatal estabelece canais de originação de commodities agrícolas na América do Sul e em outros importantes mercados produtores de grãos e fibras. Conforme comunicado da Cofco, as duas transações são as maiores aquisições internacionais da história da estatal e do mercado chinês de grãos e óleos vegetais. O investimento foi feito pela estatal chinesa e por um consórcio de investidores formado por Hopu Investment, Temasek, Standard Chartered Private Equity e IFC, braço de desenvolvimento do Banco Mundial. A chinesa contribuiu com 60% do investimento e o consórcio, com 40%.

A Nidera tem como carro-chefe a originação, processamento, comércio, estocagem e embarque de commodities agrícolas e produtos de bioenergia. Também distribui sementes, fertilizantes e defensivos.

Já a Noble Agri opera principalmente como trading agrícola com originação na América do Sul, Austrália, Índia, Leste Europeu e África do Sul. Em 2013, a Noble Agri movimentou quase 45 milhões de toneladas de produtos e gerou vendas superiores a US$ 15 bilhões. No Brasil, tem quatro usinas de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, que somam capacidade para processar 17 milhões de toneladas.

Com as transações, os ativos da Cofco vão superar US$ 57 bilhões. A capacidade de armazenagem será de 15 milhões de toneladas, a de processamento, de 84 milhões, e a de embarque em portos, de 44 milhões de toneladas. A receita agregada da nova Cofco vai alcançar US$ 63,3 bilhões, conforme comunicado da estatal.

Ao todo, a chinesa terá condições de movimentar 150 milhões de toneladas de produtos agrícolas por ano. A nova Cofco vai também deter sua própria plataforma de originação e rede de comercialização, envolvendo cultivo, compra, estocagem, logística e terminais portuários ao redor do mundo.

Com a operação, a Cofco espera estabelecer um canal de conexão entre grandes áreas de produção de grãos, incluindo a América do Sul e as regiões do mar Negro, e grandes áreas de consumo na Ásia, onde está o maior mercado e onde a demanda por alimentos tende a continuar crescendo, afirma a empresa. “Essas aquisições vão permitir à Cofco penetrar em plataformas de originação em áreas-chave do planeta e definir as bases para tornar a empresa a maior líder global no setor”, disse o executivo da estatal, Frank Ning.

 

Fonte: Valor Econômico

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