Os elevados preços das carnes deverão segurar um pouco o consumo das proteínas no próximo ano. Mesmo assim, a demanda continua e haverá uma reposição de preços.
O consumo mundial, considerando as carnes bovina, suína e de aves, deverá subir para 253,2 milhões de toneladas, ante 252 milhões neste ano. Já a produção mundial atingirá 258 milhões, com evolução de 0,7%.
Essa taxa de crescimento na produção e no consumo mundiais perde ritmo, principalmente devido à carne bovina. Clima e preços elevados na produção fizeram o rebanho encurtar nos últimos anos em vários países, o que está se refletindo nos preços atualmente.
O Brasil continua sendo um dos destaques do setor como um todo e manterá um ritmo maior de produção em todos os segmentos, inclusive na carne bovina, a única que registrará queda na oferta mundial.
O relatório semestral do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aponta que a produção mundial de carne bovina de 2015 recua para 58,7 milhões de toneladas, 1,4% menos do que a deste ano.
A produção norte-americana, os líderes, recua para 10,9 milhões de toneladas, com queda de 1,8%. Já a brasileira sobe para 10,2 milhões de toneladas, com alta de 3%.
A China, que começa a acelerar o ritmo de importações de carne bovina, eleva as compras para 515 mil toneladas no próximo ano, com alta de 12%. Hong Kong também mantém forte ritmo e adquire 750 mil toneladas, 15% mais. Já a líder Rússia manterá compras externas de 825 mil toneladas em 2015, segundo o Usda.
O Brasil, com o aumento de produção e com os olhos da Rússia voltados para o país, vai se manter como o principal exportador mundial, somando 2,2 milhões de toneladas. Se as estimativas do Usda se confirmarem, o aumento será de 10%.
Índia e Austrália vêm a seguir, com vendas externas de 1,95 milhão e 1,59 milhão de toneladas, respectivamente. Os Estados Unidos, devido à redução do rebanho para o menor patamar das últimas décadas, terão apenas 1,14 milhão de toneladas de carne bovina para exportar.
O Brasil será um dos poucos países a elevar o rebanho no próximo ano. Na avaliação do Usda, sobe para 212,7 milhões de cabeças. Já o dos EUA será de 87,7 milhões, bem abaixo dos 94 milhões de 2010.
Após dois anos em queda, as exportações mundiais de carne suína voltam a subir, atingindo 7,2 milhões de toneladas, 4% mais do que neste ano. A China puxa a demanda, com a importa- ção recorde de 1 milhão de toneladas.
A produção mundial sobe para 111,8 milhões de toneladas, um volume próximo do consumo, que será de 111,2 milhões. A China lidera, com 57,4 milhões de toneladas. Para o Brasil, o Usda estima uma produção de 3,5 milhões de toneladas, acima dos 3,3 milhões deste ano.
No setor de aves, o Brasil mantém a liderança no mercado internacional, exportando 3,8 milhões de toneladas. Já a liderança em produção fica com os norte-americanos, cujo volume atingirá 17,7 milhões de toneladas. O brasileiro sobe para 13,1 milhões.
O Brasil mantém a liderança mundial, mas perde espaço na América do Sul para a Argentina, cuja participação aumenta para 41%, ante 19% em 2009.
Fonte: Folha de S.Paulo