2015 será o Ano Internacional do Solo. Mas nem tudo é motivo para comemorar. O Brasil possui grandes extensões de terras degradadas no cerrado e em algumas regiões da Amazônia, em decorrência de sua má utilização e da adoção de práticas inadequadas de manejo.
O alerta é do presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga. Segundo ele, a melhor alternativa para a expansão das áreas de produção agrícola é a reabilitação dos espaços degradados. “Temos tecnologia para isso. No entanto, falta-nos uma política nacional de uso sustentável dos solos e um programa que propicie incentivos adequados para a reabilitação das terras impróprias para o plantio”.
MAPEAMENTO
De acordo com o presidente da SNA, também é necessário implementar um programa nacional de levantamento e mapeamento de solos. “Essa iniciativa poderá possibilitar a obtenção de dados atualizados e permitir a elaboração de mapas em escala adequada para identificar nossas potencialidades e fragilidades, as áreas de degradação, riscos de erosão e de contaminação dos solos, dentre outros”, explica.
REGRAS
Alvarenga observa que “a política de ocupação do território brasileiro é conduzida por diversos órgãos governamentais, mas na maioria das vezes sem qualquer coordenação”.
Apesar de reconhecer que, atualmente, algumas instituições nacionais analisam o problema, o presidente da SNA afirma que o assunto merece ser tratado com prioridade.
“Precisamos conhecer os solos com mais profundidade e estabelecer regras de uso responsável, garantindo sua conservação para as gerações futuras”, assinala. “Hoje, o conhecimento está fragmentado e desatualizado, dificultando o planejamento do uso das terras em zoneamentos adequados e baseados em tecnologia apropriada, que subsidiem a aplicação de políticas públicas nos âmbitos nacional, estadual e municipal.”
IMPORTÂNCIA
Dessa forma, Alvarenga chama a atenção para a necessidade de reconhecimento e valorização da importância do solo. “É o elemento básico da segurança alimentar. Desempenha papel fundamental na disponibilidade de água e na ciclagem de nutrientes, tem relação com as mudanças climáticas e atua como fonte ou sumidouro de gases do efeito estufa. É um recurso natural finito e não renovável, com papel essencial na produção de alimentos, fibras e energia.”
PROGRESSO TECNOLÓGICO
Em meio a todo esse processo, o presidente da SNA reforça a questão do avanço tecnológico. “Há notável progresso em métodos e técnicas de observação dos solos, com o uso de sensores remotos e tecnologia da informação para levantamento dos dados relevantes. Com isso, poderemos suprir a carência de informações e estabelecer políticas mais eficazes de uso de nosso território.”
Por equipe SNA/RJ