CNC: Banco do Brasil disponibiliza R$ 2,6 bilhões para a cafeicultura

Esta semana, o Banco do Brasil anunciou a liberação de R$ 2.6 bilhões à cafeicultura para atender demandas nas linhas de custeio, investimento, capital de giro, aquisição e estocagem destinado a produtores rurais, empresas e cooperativas. Do volume ofertado inicialmente, R$ 740 milhões são oriundos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e R$ 1.86 bilhão tem como origem recursos próprios do BB.

A instituição também comunicou que faz a intermediação de contratos futuros de café e atua como lançador de opções agropecuárias na BM&FBovespa, facilitando o acesso a esses mecanismos aos participantes da cadeia do agronegócio que pretendem se proteger contra riscos de oscilações dos preços. Segundo o BB, dessa maneira é possível assegurar o preço mínimo de venda ou máximo de compra, administrando a comercialização do produto.

POSICIONAMENTO

Também nesta semana, o Conselho Nacional do Café e a Comissão Nacional do Café da CNA emitiram um posicionamento a respeito dos anúncios de projeções e estimativas de safras de café no Brasil. As instituições repudiaram a atitude da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que elevou sua previsão para a safra 2014 apesar do parque cafeeiro conviver com o pior cenário de estiagem das últimas décadas, de registrar elevados déficits hídricos e vivenciar temperaturas extremamente altas, fatores prejudiciais às lavouras cafeeiras e que inviabilizam qualquer possibilidade de aumento na projeção de safra.

Repudiamos, em especial, o prognóstico da estatal referente à safra 2015 de café no Brasil e os consequentes impactos negativos que pode trazer à vida de milhões de produtores. Isso porque é completamente inviável traçar qualquer cenário para a colheita futura com base em dados históricos e sem antes termos ciências do pegamento ou não das floradas e do real impacto do clima extremamente seco nos cafezais nacionais, o que só poderemos começar a ter ideia a partir de dezembro. Para ler a íntegra do posicionamento assinado pelo presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, e pelo presidente da Comissão do Café da CNA, Breno Mesquita, acesse:
http://www.cncafe.com.br/site/capa.asp?id=18282

MERCADO

As cotações futuras do café arábica operaram em patamar inferior ao longo da semana, pressionadas pelo dólar valorizado e pelas expectativas de chuvas nas origens brasileiras nos próximos dias. No entanto, não foi rompido o suporte de US$ 1,80 a libra-peso, dada a menor produção de café no Brasil na temporada 2014/15.

O Banco Central dos Estados Unidos aumentou suas projeções para as taxas de juros em 2015 e 2016, resultando em fortalecimento do dólar em relação às moedas internacionais. No entanto, a alta dos juros norte-americanos não deverá ocorrer antes de um período de seis a nove meses, segundo sinalização do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC em inglês) e avaliação de analistas e investidores. No Brasil, a moeda acumulou alta de 1,3%, sendo cotada a R$ 2,365 na quinta-feira, o maior valor desde março.

Segundo a Climatempo, as áreas de instabilidade sobre o Sul do Brasil avançam para o Sudeste, onde se juntam com uma frente fria provocando chuvas a partir de hoje sobre São Paulo, Sul de Minas e Triângulo Mineiro. Porém, essas chuvas não serão generalizadas e não configurarão tempo chuvoso nessas regiões. Em São Paulo, o volume das precipitações deverá atingir 30 mm entre os dias 19 e 23 de setembro. Em algumas localidades de Minas Gerais poderá chover até 60 mm.

Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do contrato C acumulou queda de 335 pontos até o fechamento da quinta-feira, que se deu a US$ 1,8120 a libra-peso. Os futuros do café robusta também apresentaram desempenho negativo. Na Bolsa de Londres, o vencimento novembro do Contrato 409 encerrou o pregão de ontem a US$ 1.961,00 por tonelada, com perdas acumuladas de US$ 36,00.
Com a aproximação da colheita da safra 2014/15, o café vietnamita tem sido negociado com desconto de aproximadamente U$ 20,00 por tonelada sobre as cotações do robusta na Liffe, que vem se desvalorizando desde a semana passada. Com isso, o mercado físico do país asiático está bem desaquecido.

Na Indonésia, agentes de mercado têm reportado que as condições climáticas estão favorecendo a ocorrência de floradas nos cafezais e indicam tendência de recuperação de volumes na próxima temporada. O café robusta daquele país está sendo comercializado com prêmio de US$ 70,00/ton. sobre as cotações de Londres.

O mercado físico brasileiro apresentou pouca movimentação nesta semana, devido aos preços encontrarem-se aquém das expectativas dos vendedores. Os indicadores do CEPEA para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 419,53/saca e a R$ 250,81/saca, respectivamente, com variação de -1% e 2,1% no acumulado da semana.

 

Fonte: CNC

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp