Pesquisadores da Embrapa estão investindo na viabilidade do cultivo da canola em regiões tropicais do Brasil para atender ao crescimento da demanda por esse óleo. Estão sendo testados 30 genótipos buscando tropicalizar a cultura e garantir a produção em baixas latitudes e em altitudes acima de 600 metros.
A ideia da empresa de pesquisa agrícola é possibilitar o cultivo da oleaginosa em uma segunda safra, otimizando o uso de terras, máquinas e outros meios usados na produção de milho e soja, em milhões de hectares do Cerrado de estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
A canola é a terceira oleaginosa mais importante no mundo, ficando atrás do dendê e da soja. No Brasil, segundo o IBGE, o consumo per capita de óleo de canola é de 0,064 Kg/hab/ano, índice bastante inferior ao consumo estimado de óleo de soja de 6,34 Kg/hab/ano.
As regiões Sul (0,11 Kg/hab/ano) e Sudeste (0,098 Kg/hab/ano) apresentaram maior consumo per capita do produto, condicionadas pelas classes de rendimento mensal familiar acima de R$ 4.150 com os maiores valores de consumo. “Cada vez mais a soja tem sido utilizada para a produção de biocombustível, deixando espaço para a popularização do óleo de canola no consumo humano”, explica em nota, Paulo Ernani Ferreira, analista da Embrapa Trigo.
Utilizada em vários segmentos do mercado, a canola ganha cada vez mais espaço no segmento alimentício, impulsionada tanto pela qualidade nutricional (ômega 3, vitamina E) quanto pelos benefícios comprovados à saúde, como redução do colesterol e o risco de doenças cardíacas.
A tropicalização da canola pretendida pela Embrapa é uma iniciativa inédita no mundo com introdução da cultura em baixas latitudes, em clima tropical.
Fonte: Sou Agro, com informações da Embrapa