Exportações do agronegócio em 2014 devem repetir bom desempenho do ano passado

 

Marcelo Junqueira: “Para o futuro próximo, as exportações de carnes devem aumentar em ritmo ainda mais acelerado”
Marcelo Junqueira: ‘Para o futuro próximo, as exportações de carnes devem aumentar em ritmo ainda mais acelerado’

 

O Secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), Marcelo Junqueira, acredita que as exportações do agronegócio deverão alcançar bons números este ano, mas, em sua opinião, “deverá ser muito semelhante ao do ano passado, com exportações em torno de US$ 100 bilhões. O mesmo vale para o saldo comercial, que deve praticamente repetir o valor de 2013”. Segundo o secretário, nos primeiros sete meses deste ano, as exportações de produtos do agronegócio, em valor, estão praticamente iguais às do ano passado – US$ 58,7 bilhões vis-à-vis US$ 58,9 bilhões.

Em termos de quantidades, explica, “nota-se que muitos produtos importantes registram maiores volumes de exportação neste ano – soja, farelo e óleo, carnes de frango e bovina, celulose e café –, o que compensa os preços, em geral, mais baixos no mercado internacional”.

Junqueira observa que, como os demais setores da economia não têm repetido o desempenho de anos anteriores, a participação do agronegócio nas exportações e no saldo comercial está aumentando. “Nos primeiros sete meses do ano, as exportações do setor atingiram 44% do total das exportações brasileiras. Só os produtos do complexo soja foram responsáveis por 18,1 % das exportações totais brasileiras no período”, esclarece.

 

PARCEIROS COMERCIAIS

Segundo ele, a China vem ampliando a sua participação como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro e que de janeiro a julho, absorveu 28,4 % do total exportado, um crescimento de 7,1% em relação ao ano passado. E destaca que “entre os grandes parceiros comerciais do agronegócio brasileiro, os que apresentaram maior crescimento foram Venezuela (com um aumento de 47,8 % em relação a 2013) e Rússia (acréscimo de 24,9 %). Para a Venezuela, o destaque ficou com o aumento das exportações de carnes bovina e de aves, bovinos vivos e arroz. Para a Rússia, os maiores destaques foram os aumentos nas exportações de carnes, especialmente suína e de aves”.

O secretário de Relações Internacionais acentua que o Ministério tem uma intensa agenda de negociações e de promoção comercial para ampliar a presença dos produtos brasileiros no mercado internacional. E lembra que, embora não com a mesma intensidade do passado recente, a demanda mundial por alimentos continua crescente, e o Brasil vem ocupando esse espaço.

“Para o futuro próximo, as exportações de carnes devem aumentar em ritmo ainda mais acelerado, dado que a Rússia habilitou, recentemente, mais de 90 unidades para exportação de carnes e a China suspendeu o embargo às exportações brasileiras de carne bovina em função do caso de EEB atípico notificado em 2012. Além desses países, o Brasil está negociando com outro grande importador, o México, que até o ano passado não importava carnes do Brasil. Em 2013 o país iniciou as importações de frango do Brasil, que tomaram impulso significativo este ano. O Mapa também está negociando com o México as condições para as exportações de carne suína do estado de Santa Catarina”, conta Junqueira.
Com relação à carne suína, faz questãode registrar a abertura, ainda em 2013, do mercado japonês, o maior importador mundial. “Realizamos, este ano, ações de promoção comercial no Japão para alavancar os negócios, que ainda ocorrem em ritmo mais lento que o desejado, embora crescente. As negociações com a Coreia, outro grande importador de carne suína, avançam em ritmo lento.”

Em sua opinião, a abertura do mercado dos EUA para a carne in natura é uma possibilidade interessante de ampliação das exportações de carne bovina, visto que, até o momento, o Brasil só tem acesso para a carne termoprocessada. E ressalta que, segundo estimativas do próprio Governo dos EUA, a perspectiva é que exportemos, em um primeiro momento, algo em torno de 40.000 toneladas de carne bovina in natura. Alguns fatores condicionam o crescimento do comércio à competitividade comercial da carne brasileira em relação àquela dos demais exportadores para os EUA. Teremos de competir por uma quota de aproximadamente 65.000 toneladas destinada a terceiros países – acima desse volume, há tarifa extra-quota de 26,4%.

Por fim, faz questão de destacar o recente reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) do status de Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e região norte do estado do Pará como livres de febre aftosa com vacinação, sendo incorporados à zona livre já consolidada no País em maio próximo passado.

 

Por equipe SNA/SP

 

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