De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, o clima tem, de certa forma, interferido no plantio do trigo nos campos do Rio Grande do Sul. A semeadura evoluiu de forma diferenciada entre as regiões produtoras do Estado, mas devido às chuvas mais intensas dos últimos dias, é mais lenta do Norte para o Noroeste. Já do Centro para o Sul e Fronteira Oeste, o plantio segue praticamente normal, alcançando em alguns casos os 80% do previsto. O percentual de área semeada chega a 61%, com 58% em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Apesar do aumento significativo do plantio de trigo, a atual marca fica atrás 10 pontos em relação à média histórica para este período. Para não perder o período preferencial para o plantio (que se encerra entre o dia 30 deste mês e o dia 10 do próximo), muitos produtores têm preferido trabalhar em condições desfavoráveis, com excesso de umidade. Os triticultores conduzem a semeadura com boa tecnologia, visando altas produtividades e boa qualidade de grãos.
CITRICULTURA
Porém, com relação à citricultura, o Informativo da Emater/RS-Ascar, indica que as condições climáticas estão bastante favoráveis para a manutenção da sanidade dos citros e para o refinamento da qualidade das frutas. Apesar de dificultar as práticas nos pomares, a elevada umidade do solo e do ar e a ocorrência de temperaturas baixas, com as primeiras geadas, intensifica a coloração típica das frutas cítricas, com casca mais lisa e brilhante, propiciando um aspecto mais atraente.
Segundo o Informativo, o frio também interfere na propagação de fitopatias como a Pinta Preta, uma das grandes preocupações dos citricultores nos períodos mais quentes, e torna menos intensos os prejuízos causados pela mosca das frutas. No geral, é alta a carga de frutas nas plantas na atual safra de citros, que apresentam arqueamento e até mesmo quebra de ramos onde o raleio foi feito com menor severidade.
Em locais de mesoclima mais quente, como nos vales de grandes rios, inicia a maturação e o início da colheita da tangerina da cultivar Montenegrina, incrementando a oferta de citros no mercado e, consquentemente, pequena queda preço. Na região da Campanha, intensifica-se a colheita nos pomares de tangerinas e laranjas, principalmente das cultivares precoces, com produtividade acima do esperado. No Vale do Rio dos Sinos há uma queda significativa da produção, causada pela incidência de moscas das frutas, bicho furão e pinta preta, devido à falta de controle. No Planalto Médio, as tangerinas da cultivar Satsuma já foram colhidas e as cultivares Ponkan e Caí estão em colheita. Os frutos para a safra 2015 estão desenvolvendo-se com um tamanho um pouco menor do que o normal.
MORANGO
Grandes produtores de morango no RS, os municípios de Bom Princípio e Feliz, no Vale do Caí, mantêm dois sistemas de produção, o convencional, no solo e em túnel baixo, e em substrato, em estufas altas. No sistema convencional, o plantio do moranguinho já foi concluído e a cultura está na fase de desenvolvimento vegetativo. Já as cultivares de dias curtos, como Festival e Camarosa, estão em floração ou frutificação. A produção neste sistema está diminuindo na região. Os produtores de Bom Princípio contaram com subsídio municipal para a construção de estufas e migram para o novo sistema. O cultivo em substrato permite o plantio mais no cedo, favorecendo melhor valor de comercialização nas colheitas iniciais, especialmente da cultivar San Andréas, a mais plantada no município, com excelente produtividade anual, atingindo facilmente a produção de 1 kg/planta/ano. O plantio está concluído e o morango, em desenvolvimento inicial. A expectativa é de uma ótima safra para 2014.
FEIJÃO
A colheita do feijão safrinha está tecnicamente encerrada no RS, com produtividades que surpreenderam os agricultores de forma positiva, pois os rendimentos foram acima do esperado e com boa qualidade comercial, caracterizando-se como tipo 1. Em algumas áreas de produção de menor volume ocorreram prejuízos, em decorrência de muita umidade no solo, reduzindo a quantidade e qualidade dos grãos.
Por Equipe SNA/SP