O decreto 8.252 do governo brasileiro, publicado esta semana no Diário Oficial da União, instituiu a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
O novo órgão irá coordenar a execução dos serviços de assistência técnica, sob a orientação do Ministério da Agricultura (Mapa) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A Anater também irá atuar na contratação de entidades públicas e privadas, desempenhando as funções de credenciamento e monitoramento da qualidade dos serviços recebidos pelos produtores rurais, e na capacitação dos técnicos de assistência técnica, em integração com a Embrapa.
O vice-secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do MAPA, José Guilherme Leal, explicou que a motivação para a criação da agência foi a constatação de que o produtor rural bem assistido no âmbito técnico apresenta maior produtividade e renda.
“Sabemos que existe um grande espaço para a incorporação de tecnologias de produção e de gestão pelos produtores rurais, principalmente no caso dos agricultores familiares e médios produtores. Com a Anater, os médios produtores passam a ser público prioritário para receber os serviços de assistência.”
O secretário de Desenvolvimento Agropecuário do Mapa, Caio Rocha, informa que, dentro do Plano Safra 2014/2015, o alcance da assistência técnica deve chegar a 542 mil médios produtores.
“Somente em 2014 serão 100 mil”, destaca.
“No Semiárido, já são 3,56 mil famílias atendidas. No próximo dia 2 de junho, faremos uma chamada pública para atendermos mais 4 mil médios produtores, que atuam na cadeia leiteira, na caprinocultura, na ovinocultura e na irrigação.”
PESQUISA E INOVAÇÃO
A iniciativa de criação da Anater também deverá favorecer o maior uso de ferramentas tecnológicas voltadas para o campo.
“A pesquisa e a inovação são alguns dos principais componentes da evolução tecnológica da agropecuária brasileira. O país tem sido bem-sucedido no desenvolvimento de soluções de tecnologia apropriadas às nossas condições, fruto do trabalho da Embrapa, das instituições estaduais de pesquisa agropecuária, das universidades e da iniciativa privada”, destacou José Guilherme Leal.
Segundo ele, “com o aprimoramento da assistência técnica para os produtores rurais, as informações sobre tecnologias adequadas à realidade dos produtores serão trabalhadas pelos extensionistas, em estreita articulação com a pesquisa agropecuária, propiciando a tomada de decisão do agricultor para a incorporação de inovações”.
EFEITOS
Na opinião de Alberto Figueiredo, o principal efeito da criação da Anater terá caráter tecnológico.
“Espera-se o resgate da importância estratégica da transferência de tecnologias para o desenvolvimento econômico e social do meio rural brasileiro, além da reestruturação do sistema, diante de um programa nacional de desenvolvimento.”
De acordo com o diretor da SNA, “sem a produção desses conhecimentos e sua transferência adequada aos empresários do setor, não há agronegócio”.
Figueiredo espera ainda que o novo órgão dê prioridade à reciclagem do corpo técnico nos estados e ao fortalecimento das entidades estaduais.
“Metodologias motivacionais precisam ser reinseridas, com o estabelecimento de metas claras de adoção de tecnologia por parte dos produtores assistidos.”
Por Equipe SNA/RJ