O agronegócio brasileiro iniciou 2014 com avanço das exportações e, no primeiro trimestre, produtos agropecuários representaram 45% do faturamento obtido com tudo que foi exportado pelo País.
Esse dado faz parte do relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgado hoje. O levantamento também mostra que o faturamento das exportações do agronegócio em moeda nacional aumentou 9% no comparativo do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2013. Em dólares, contudo, o faturamento baixou 1,4%, já que os preços, também em dólares, recuaram 4,8% no comparativo dos primeiros trimestres.
O volume exportado de soja mais que dobrou no comparativo trimestral (101, 27%); houve bons aumentos também nas vendas de carne bovina (21,92%), óleo de soja (20,79%), café (10,5%), farelo de soja (12,20%), madeira (10,76%) e celulose (5,43%). Por outro lado, as exportações de etanol diminuíram 46,45% e as de açúcar, 8,71%. O volume de milho também baixou, 37,19%, segundo os cálculos do Cepea.
Já os preços em dólar caíram para quase todos os produtos. As exceções foram frutas, com aumento de 12,5%, e farelo de soja, com 0,93%. O preço médio do milho em dólar baixou 30,1% no comparativo do primeiro trimestre deste ano com o primeiro de 2013.
Com a ajuda do câmbio, no entanto, carnes suína e bovina, suco de laranja, soja em grão, etanol, celulose e madeira saíram do negativo quando se analisam os preços médios em reais.
Para os próximos meses, pesquisadores do Cepea esperam aumento nas quantidades exportadas, principalmente dos produtos da soja. Quanto aos preços de exportação, há incertezas. A equipe reitera que a demanda por alimentos deve continuar firme mesmo com a redução no ritmo de crescimento da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil.
Do lado da oferta, os pesquisadores lembram que eventos climáticos já impactaram a safra brasileira no início de 2014, reduzindo a disponibilidade dos produtos exportados e que, nos Estados Unidos, a safra também pode ser afetada por adversidades climáticas, o que diminuiria a oferta mundial de produtos agrícolas para este ano e poderia elevar os preços externos.
Fonte: Agrolink