A soja no Brasil conta agora com um plano estratégico para aumentar sua produtividade. Elaborado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), a iniciativa estipulou a meta de que cerca de três milhões de hectares (que correspondem a 10% da área plantada atualmente) possam produzir, até 2020, de 67 a 90 sacas por hectare.
Para o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura Helio Sirimarco, o plano representa um grande desafio, “tendo em vista a distância da meta a ser alcançada pelo CESB em relação ao rendimento médio da atual safra 2013/14, que, segundo a Conab, deve ficar abaixo de 50 sacas por hectare”.
No entanto, o diretor da SNA acredita que o projeto é viável.
“Os resultados dos concursos de produtividade que o CESB vêm promovendo desde que foi criado, em 2007, mostram isso. Desde a safra 2008/09 até a passada, 2012/13, o rendimento dos dez melhores colocados nos concursos aumentou em 33,5%, com 103,8 sacas por hectare – patamar que, segundo o CESB, será superado em 2013/14.”
O presidente do CESB, Orlando Martins, está otimista. Em declaração à imprensa, ele informou que as fazendas mais produtivas do Brasil já conseguem 60 sacas por hectare de média.
“Queremos ajudar esses melhores agricultores, que depois vão ‘irradiar’ os conhecimentos que os levaram a evoluir para o restante do setor”, declarou Martins, acrescentando que “apesar de parte do rendimento derivar do bom nível de tecnificação, também é preciso fazer o melhor uso do maquinário.”
ESTAGNAÇÃO
O diretor da SNA explicou, reafirmando dados do CESB, que a produtividade da soja no país permaneceu estagnada por mais de uma década em razão de fatores básicos, como a atenção à adubação, às culturas usadas na rotação e também ao espaçamento.
E citou como exemplo um fato recente: “Nesse exato momento, existe uma grande discussão sobre o plantio da ‘safrinha’ de soja. A Comissão de Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura informou que quer proibir o cultivo da segunda safra em Mato Grosso, alegando que 5% deste plantio vão colocar em risco mais de oito milhões de hectares. Segundo o MAPA, a ‘safrinha’ pode fazer com que os ataques de pragas sejam mais severos , diminuindo a produtividade. O problema é que o cultivo da mesma planta em safras consecutivas acaba fazendo com que as pragas se desenvolvam e criem mais resistência aos defensivos. Nestes casos, as aplicações de agrotóxicos chegam a ser duas vezes maiores na safra de verão”, advertiu Sirimarco.
Por Equipe SNA/RJ