A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) recebeu, nesta quarta-feira (16), em sua sede, o vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Zhang Zhili, que estava acompanhado por outros membros do ministério das áreas de pecuária, de indústria rural, do setor de cooperação internacional e da embaixada chinesa. A visita teve como objetivo estreitar a relação diplomática entre os dois países.
Em sua fala, o vice-ministro chinês expressou sua satisfação por estar presente na SNA e enfatizou que a parceria entre o Brasil e a China será mantida e consolidada. “A cooperação agrícola entre os dois países é de grande importância para todos nós. Sendo grandes nações de agricultura, a nossa troca não é apenas de recursos e mercado, mas também de tecnologia e inovação olhando para o futuro como uma comunidade de destino comum”.
Complementares
Zhang Zhili exemplificou que produtos brasileiros como milho, carne bovina, frango – todos de alta qualidade, estão indo para o mercado chinês. E que, por outro lado, a produção de fertilizantes, também de alta qualidade, está contribuindo para o desenvolvimento da agricultura no Brasil.
“Com toda essa conjuntura, podemos ver que China e Brasil se complementam. Além disso, temos uma base sólida e uma tendência de ampliar ainda mais esta parceria. Vamos aprender um com o outro e trazer benefícios mútuos”.
Agarrar oportunidades
Para o chefe da delegação chinesa, este é o momento de agarrar novas oportunidades e promover mais projetos. “Nosso governo incentiva muito o investimento de empresas chinesas no Brasil e dá as boas-vindas às empresas brasileiras para fazer investimentos na China para compartilharmos, juntos, as oportunidades desta época”.
Novas metas
Um outro tema abordado pelo vice-ministro foi o desejo de estabelecer nova metas entre os dois países. “Sobre esse ponto, sabemos que hoje, por questão de unilateralismo dos Estados Unidos, a situação global está muito complexa. E a relação China – Brasil é muito importante para promover a segurança alimentar e da agricultura. É muito importante que nossos países defendam o multilateralismo para garantir a estabilidade de cadeias alimentares e produtivas do mundo”.
“O Brasil foi o primeiro país que fiz uma parceria estratégica com a China e também o primeiro país da América Latina que fecha a parceria estratégica de forma abrangente conosco. Estamos no melhor momento desta relação bilateral”, ressaltou Zhang Zhili.
Estimativas
De acordo com a previsão de especialistas chineses, até 2030, o volume comercial entre China e Brasil deve atingir US$ 500 bilhões. Atualmente, este volume é de 16%, representando US$ 30 bilhões. O Brasil é o destino de maior investimento das empresas chinesas para a agricultura. Sobre investimentos na América Latina, o Brasil detém 70,6%.
Líder em tecnologia
“Hoje, a China está investindo e liderando na área de tecnologia para a agricultura e também temos as técnicas mais direcionadas. Enquanto o Brasil tem muita experiência com agricultura, além de muitos recursos. Desta forma, esta cooperação é fundamental para aumentarmos, cada vez mais, a produção sustentável. Podemos ainda aprofundar nossa cooperação em termos de recursos humanos, promovendo intercâmbios”, disse o vice-ministro.
50 anos Brasil-China
O representante do Ministério da Agricultura da China relembrou os 50 anos da relação China-Brasil. “Não só na agricultura, mas em vários setores, realizamos um salto de 0 a 100, incluindo pequenos e grandes produtores. Conquistamos resultados frutíferos e temos uma expectativa que os dois países sejam os motores para garantir a segurança alimentar mundial”.
Boas-vindas
A delegação foi recebida pelo presidente da SNA, Antônio Alvarenga. Em seguida, o vice-presidente da entidade, Hélio Sirimarco, fez uma apresentação sobre as diversas atividades desenvolvidas pela instituição. Dando sequência, Fernando Pimentel – diretor da Agrosecurity e da Agrometrika, palestrou sobre o sistema e serviços de gestão de crédito. Já Daniel Vidal Pérez – chefe geral da Embrapa Solos, fez um panorama mostrando ações nacionais e internacionais desenvolvidas por aquela entidade.
“O agronegócio brasileiro tem todo interesse em manter e ampliar sua parceria com a China, um país que precisa de segurança alimentar, como foi ressaltado pelo ministro Zhang Zhili. A SNA tem condições e interesse em colaborar para a ampliação dos negócios entre a China e o Brasil apresentando novas oportunidades de negócios. Temos setores econômicos e jurídicos capacitados na análise de investimentos estrangeiros no Brasil, inclusive quanto à aquisição e arrendamento de terras”, frisou Antônio Alvarenga.
Também estiveram presentes, Liu Yue – vice-cônsul do Consulado Chinês no RJ, o subsecretário de Agricultura do município do Rio de Janeiro – Paulo César Vieira, e parte da sua equipe, além de Enzo Barbosa – coord. de Administração da Sup. Federal de Agricultura, Frederico Price Grechi – dir. jurídico da SNA, Sylvia Wachsner- coord. do Centro de Inteligência em Orgânicos, Leonardo Alvarenga – CEO do SNASH (SNA Startup Hub), Rui Andrade, diretor da Faculdade SNA Digital e o pres. da Funcex – Antonio Carlos da Silveira Pinheiro, e Márcio Sette Fortes – dir. da SNA e relações institucionais da Multiterminais Logística Integrada.
Texto e fotos por Larissa Machado / larissamachado@sna.agr.br
