China firma acordo com SNA e pretende iniciar plantio de soja e milho no Brasil

Hélio Sirimarco, vice-presidente da SNA, presente no evento para assinatura do acordo com a estatal chinesa – Foto: André Casagrande

A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) assinou, na última segunda-feira (03), um acordo com a gigante estatal chinesa Hulunbuir State Farm Group (Grupo Estadual de Fazendas de Hulunbuir), durante o Seminário de Promoção de Cooperação Comercial e de Investimentos entre China (Mongólia Interior) e o Brasil, realizado no Hotel Renaissance, em São Paulo.

O acordo foi firmado para aprimorar e fortalecer a cooperação entre as duas partes, visando o benefício mútuo e a construção de uma parceria cooperativa estratégica e sustentável. Trata-se de um documento-quadro que servirá de instrumento orientador para a cooperação de longo prazo entre ambos no futuro.

O acordo de cooperação será de longo prazo – Foto: André Casagrande

Interesses

O vice-presidente da SNA, Hélio Sirimarco, representou a entidade no evento e afirmou que a estatal chinesa, grande produtora de soja e de milho, está buscando no Brasil novas opções de tecnologia que contribuam para o fortalecimento de suas atividades.

“Nossos avanços tecnológicos despertaram o interesse dos chineses para firmar esta parceria. Hoje, o Brasil é o maior exportador mundial de soja, enquanto eles são os maiores importadores desse nosso produto. Então, eles também pretendem se aprimorar e, demonstraram interesse em passar a produzir no Brasil também. O Brasil possui cerca de 30 milhões de hectares de pastagens devastadas e aptas para a agricultura. Não será preciso desmatar nenhum metro quadrado para que eles iniciem esta atividade aqui. E eles estão atentos a isso”, enfatizou o vice-presidente da SNA.

O acordo

Segundo o documento assinado, a parte chinesa vai adotar um modelo de cooperação bidirecional para colaborar com fazendas ou empresas locais no Brasil visando melhorar a produtividade de milho, com vistas alcançar benefícios mútuos e uma situação vantajosa para todos através do intercâmbio tecnológico, partilha de recursos e investigação e desenvolvimento conjuntos.

Já da parte brasileira, a SNA deve conduzir a parte de consultoria nas áreas de política, operacional, condições de mercado, lucratividade e tecnologia, além otimizar outros modelos de cooperação.

Hélio Sirimarco reforçou que a SNA sempre funcionou como elemento de ligação entre os mais diversos setores produtivos do agronegócio, incluindo associações como a Aprosoja, Abramilho e entidades de pesquisa, a exemplo da Embrapa, além de ter representatividade em várias Câmaras Setoriais no Ministério da Agricultura (MAPA).

“Além disso, temos a Faculdade SNA Digital e o SNASH com mais de 150 startups voltadas para o setor do agronegócio, que estão à disposição da estatal de Hulunbuir. Então, o intercâmbio terá este viés”.

As especificações do acordo, como projetos ou atividades de cooperação a serem realizadas na forma de planos independentes, serão negociadas e determinadas por ambas as partes de acordo com a necessidade de cada área.

O evento

O evento foi presidido pelo diretor do escritório de Assuntos Externos do Governo Popular da Região Autônoma da Mongólia Interior da China, Pang Hui. Também estiveram presentes, representantes da APEX Brasil e autoridades políticas, como o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth.

Por Larissa Machado e André Casagrande
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