Açúcar: Os preços do açúcar cristal branco no mercado spot de São Paulo seguiram em alta ao longo de outubro. O impulso continuou vindo sobretudo da oferta limitada de usinas para pronta-entrega, especialmente do Icumsa 150, devido tanto ao grande volume comprometido com exportações quanto à queda na produtividade causada pelas queimadas no estado, que prejudicaram as lavouras em agosto. Além disso, a partir da segunda quinzena de outubro, compradores demonstraram maior interesse em novas negociações envolvendo o açúcar cristal
Algodão: Com o avanço do beneficiamento de pluma no Brasil, que possibilita o cumprimento de contratos, as exportações de algodão seguiram ganhando ritmo em outubro. Foram 281 mil toneladas embarcadas no mês, o maior volume desde dez/23 (de 351 mil toneladas) e ultrapassando o recorde mensal de 2024, que, até então, ficava com fev/24, de 258,2 mil toneladas – dados Secex.
Arroz: Em outubro, o mercado de arroz parece ter encontrado um patamar de resistência de preços, sem variações expressivas. Não houve choques de liquidez, com produtores atentos ao cultivo da nova temporada, atrasada em relação a 2023, e compradores também retraídos, analisando os parâmetros externos e notícias de intervenções governamentais. As altas da taxa de câmbio favoreceram o interesse pela exportação e dificultaram as importações. Indústrias seguiram sinalizando dificuldades na venda do arroz beneficiado, pressionando as cotações no spot.
Boi: Os preços da pecuária vêm tendo fortes altas desde o final de agosto em todas as regiões, mas a intensidade desses ajustes tem se dado em momentos ligeiramente distintos entre as praças. Os diferenciais em relação ao mercado paulista, que haviam se estreitado em várias regiões, voltaram em outubro para níveis mais próximos dos de outubro passado. A análise de estado a estado, no entanto, mostra que ainda há “espaço” para variações distintas de preços entre as regiões.
Café: O mês de outubro foi marcado pela volta das chuvas no cinturão cafeeiro brasileiro, cenário que proporcionou alívio significativo aos produtores e estimulou as floradas nas principais regiões produtoras de arábica. A continuidade das precipitações em novembro é fundamental para garantir o pegamento e a formação dos chumbinhos e evitar o comprometimento da próxima safra 2025/26. Vale lembrar que o alto índice de desfolhamento das lavouras, em especial nas lavouras de sequeiro, pode ser um fator limitante nesta fase crucial do desenvolvimento da temporada.
Etanol: Em outubro, vendedores seguiram firmes nos preços pedidos nas negociações envolvendo novos lotes, fundamentados no possível período de entressafra mais longo nos próximos meses em boa parte das unidades produtoras, no consumo doméstico aquecido e na boa paridade de preços na ponta varejista. Além disso, muitos estiveram atentos a algumas incertezas para o ciclo 2025/26 – vale lembrar que o clima ao longo de 2024 e queimadas registradas em agosto podem prejudicar a colheita da próxima safra.
Frango: Os valores de todos os cortes de frango levantados pelo Cepea registraram altas em outubro – trata-se, inclusive, do terceiro mês consecutivo de avanço na média mensal. Esse cenário, que foi observado em todas as praças acompanhadas pelo Centro de Pesquisas, está atrelado à demanda aquecida pela carne avícola e ao aumento na competitividade da proteína em relação à bovina, que, por sua vez, continua sendo negociada em patamares elevados.
Milho: Os preços domésticos do milho atravessaram o mês de outubro em alta, sustentada pela demanda interna aquecida e pela retração de vendedores. Esse cenário fez com que as médias mensais de algumas regiões acompanhadas pelo Cepea chegassem aos maiores patamares do ano. Demandantes apresentaram dificuldades em adquirir novos lotes durante a maior parte de outubro, alegando baixa disponibilidade no spot nacional e altos valores pedidos por produtores. Do lado da oferta, a expectativa de que os preços sigam avançando manteve produtores afastados dos negócios e atentos ao andamento da atual safra verão
Ovinos: Os preços do cordeiro vivo apresentaram comportamentos distintos dentre os estados acompanhados pelo Cepea em outubro. No Rio Grande do Sul, por exemplo, os valores do animal recuaram na comparação com setembro, enquanto houve alta na Bahia.
Soja: Os preços da soja subiram em outubro, refletindo a firme demanda pelo grão, sobretudo por parte das indústrias esmagadoras. Os aumentos também estiveram atrelados à retração de produtores, que evitaram negociar grandes volumes no spot nacional, focados nas atividades de campo envolvendo a safra 2024/25. Vale ressaltar que o déficit hídrico no início da temporada deixou os trabalhos mais lentos, com o ritmo sendo normalizado ao final de outubro, favorecido pelas chuvas em importantes regiões produtoras. Esse cenário, somado à maior oferta no Hemisfério Norte, por sua vez, limitou o movimento de alta no Brasil.
Trigo: As chuvas ocorridas no final de outubro no Sul do Brasil prejudicaram as lavouras de trigo – vale lembrar que a cultura do trigo é altamente sensível às condições climáticas, desde a semeadura até sua efetiva retirada do campo. No Rio Grande do Sul, as precipitações trouxeram um atraso para a colheita. No Paraná, onde, até há alguns meses, baixos volumes de chuvas preocupavam triticultores, agora em fase final de ciclo – quando o cereal está em maturação –, a lavoura fica bastante suscetível ao clima úmido, o que intensifica preocupações relacionadas à baixa produtividade.