Em meio a um conflito entre indústria, Justiça e citricultores, o ministro da Agricultura, Neri Geller, afirmou na terça-feira, 1 de abril, em entrevista ao DCI, que o ministério, inicialmente, discorda da última decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas (SP). O conselho determinou, na segunda-feira (31), que empresas processadoras de suco serão responsáveis pelo plantio, cultivo e colheita de todos os produtos que processarem, o que ocasionará um total desequilíbrio à cadeia e prejuízos, principalmente, aos produtores de menor porte.
A indústria anunciou que recorrerá ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O presidente do Sindicato de Ibitinga e Tabatinga, no interior de São Paulo, Frauzo Ruiz Sanchez, diz que o setor industrial conta com a participação de aproximadamente 120 grandes produtores. Estão em São Paulo as três maiores empresas produtoras de suco do mundo – Sucocítrico Cutrale, Louis Dreyfus Commodities Agroindustrial e Citrosuco que também mantêm pomares, o que totaliza 123 produtores de maior porte que detêm 80% da produção da cultura.
“Os outros 20% ficam por conta dos 10 mil pequenos e médios produtores que serão excluídos da cadeia caso a decisão do TRT se confirme”, diz.
A princípio, Geller se posicionou contra a definição, mas enfatiza que esta ainda não é uma posição definitiva. “Nossa equipe técnica e o corpo jurídico já estão analisando para ver quais ações podemos implementar. Obviamente que o ministério vai se posicionar contra”, diz.