Colheita da safra de soja no RS é retomada, mas a umidade prejudica os trabalhos e afeta a qualidade

Segundo a Emater, a entrega da soja nas unidades de secagem e armazenamento também está comprometida, em razão da alta umidade dos grãos, muitas vezes próxima a 30% – Imagem de Julio César García por Pixabay

O excesso de umidade prejudicou a finalização da colheita da soja na metade Norte do Rio Grande do Sul, informou a Emater. “Mesmo nas regiões onde as precipitações foram menores, os solos permanecem saturados de umidade, prejudicando a atividade”, explicou em nota. A área colhida no Estado atingiu 91%. Os 9% restantes das lavouras estão em fase de maturação. “Nas áreas, além das perdas por grãos germinados, mofados e pela debulha natural, que aumentam a cada dia de atraso, os custos têm sido elevados em razão da colheita em solo úmido, levando à utilização parcial dos graneleiros, em função do excesso de peso, para evitar danos na locomoção”, indicou a Emater.

Segundo a Emater, a entrega da soja nas unidades de secagem e armazenamento também está comprometida, “em razão da alta umidade dos grãos, muitas vezes próxima a 30%”. “Para a armazenagem adequada, é necessário reduzir a umidade para cerca de 14%, mas a capacidade dos secadores é limitada. As Cooperativas com unidades de recebimento nas regiões Central e Campanha têm transportado os grãos para realizar a secagem nas sedes localizadas no Planalto Médio, em decorrência da alta demanda de tempo e lenha para a combustão nos locais de colheita”, indicou.

A avaliação é de que nas lavouras implantadas mais tardiamente, cujo ciclo se encerrou há poucos dias, o percentual de grãos avariados ou germinados é menor. A estimativa da produtividade projetada inicialmente era de 3.329 quilos por hectare, mas deverá ser menor, ainda a depender dos resultados dos levantamentos que estão sendo realizados.

No caso da colheita de milho, os trabalhos avançaram 4% em relação à semana anterior, atingindo 92% da área plantada. “As lavouras por colher (6% em fase de maturação e 2% em fase de enchimento de grãos) passam a apresentar senescência, fungos, com alto risco de desenvolvimento de micotoxinas, e germinação em espiga, o que gera certa urgência pela retirada da cultura do campo. A área de plantio está estimada em 812.795 hectares, e a produtividade atual em 6.464 kg/ha, podendo ocorrer uma redução, conforme resultado dos levantamentos de perdas, que estão em andamento”, informou a Emater.

A colheita de arroz foi retomada e atingiu 95% da área. Segundo o relatório da Emater, as perdas provocadas pela submersão de cultivos maduros e pelo acamamento de plantas estão consolidadas, está levando muitos produtores a abandonarem as áreas remanescentes. A área plantada de arroz no Estado está estimada em 900.203 hectares, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). A produtividade inicialmente estimada em 8.325 kg/ha, mas deverá sofrer redução após o levantamento das perdas que está sendo realizado, indicou a Emater.

Fonte: Emater RS
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp