O dia 23 de novembro marca uma data histórica para a cadeia de milho do Brasil. Nessa mesma data do ano passado, o País exportou a sua primeira carga do cereal para a China.
Pouco tempo depois, o gigante asiático já figurava entre os maiores importadores do produto brasileiro. Já em janeiro de 2023, a China ultrapassou o Japão no ranking dos principais compradores nacionais, com 983.600 toneladas à época.
Desde o início do primeiro embarque, até outubro deste ano, as importações chinesas totalizam 8.5 milhões de toneladas, consolidando a nação da Ásia como o principal destino do milho brasileiro. “O resultado das exportações à China surpreendeu neste primeiro ano, pois ficou acima das nossas expectativas”, disse Sérgio Mendes, Diretor Geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC).
Devido ao grande apetite chinês e também a um grande volume de produção no Brasil, o País deve desbancar os Estados Unidos no posto de maior exportador mundial de milho.
Segundo estimativas do USDA, enquanto as vendas externas dos EUA devem totalizar 42.20 milhões de toneladas, as exportações brasileiras estão estimadas em 57 milhões na temporada 2022/23.
Na avaliação do Diretor Geral da ANEC, essa conjuntura não evidencia uma dependência do Brasil do mercado chinês de milho, ainda que a nação asiática seja a principal compradora de produtos como soja e carne bovina do Brasil, por exemplo.
“O comércio de milho brasileiro está mais pulverizado em relação à soja. Não há como o País ser um grande exportador da oleaginosa sem vender o produto para a China, já que a demanda é sempre expressiva. O Brasil sempre foi um grande exportador de milho, e isso deve se manter, com ou sem a participação chinesa”, indicou o Diretor da ANEC.
Segundo as estimativas mais recentes da ANEC, as exportações de milho do Brasil devem totalizar 7.9 milhões de toneladas no mês de novembro. O volume supera em 46,30% o embarcado em novembro do ano passado de 5.4 milhões de toneladas.
