Chefe da ONU pede “fim da loucura” das mudanças climáticas

UN Photo/Narendra Shrestha Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, visita Syangbpoche, distrito de Solukhumbu, Nepal.

Clima e Meio Ambiente

Em visita a região do Everest no Nepal, António Guterres alertou que derretimento das geleiras coloca comunidades inteiras em risco de extinção; nesta segunda-feira, ele avaliou que crise do clima pode deslocar milhares de pessoas em todo o mundo.

Em visita ao Himalaia, sistema montanhoso que abriga os picos mais altos do planeta, Monte Everest e K2, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pede ao mundo pelo “fim da loucura”, destacando os efeitos da mudança climática.

Nesta segunda-feira, ele destacou que o Nepal perdeu quase um terço de suas geleiras em pouco mais de trinta anos. Guterres avaliou que “os topos do mundo estão desmoronando” e observa as consequências perigosas do derretimento das massas de gelo.

Mudanças climáticas

O chefe das Nações Unidas afirma que lagos e rios devem inundar, afetando comunidades inteiras. Além disso, com os mares subindo em taxas recordes, a população costeira também está ameaçada.

Ele lembra que Antártica e Groenlândia também perdem bilhões de toneladas de massa de gelo a cada ano.

Glaciares na região do Everest estão derretendo a uma taxa sem precedentes.
UN Nepal/Narendra Shrestha   Glaciares na região do Everest estão derretendo a uma taxa sem precedentes.

Segundo Guterres, as geleiras do Nepal derreteram 65% mais rápido na última década do que na anterior. Isso pode significar o desaparecimento completo delas.

Isso comprometeria o fornecimento de água doce para mais de um bilhão de pessoas na região do Himalaia e teria impacto também nos fluxos dos rios.

Catástrofe climática

Guterres alerta que, no futuro, grandes rios do Himalaia, como o Indo, o Ganges e o Brahmaputra, poderiam ter fluxos reduzidos. Com a entrada de água salgada, isso dizimaria deltas e levaria a uma catástrofe.

Países e comunidades de baixa altitude poderiam ser apagados, levando ao deslocamento de milhões de pessoas, com forte competição por água e terra.

O secretário-geral destacou ainda que inundações, secas e deslizamentos de terra estão acelerando em todo o mundo. Por isso, do local mais alto do mundo, ele pediu: “parem com a loucura”.

Ele encerrou sua mensagem pedindo pelo fim da era dos combustíveis fósseis e pela limitação do aumento da temperatura global a 1,5ºC, “para evitar o pior do caos climático”

NL/ONU

 

 

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