A safra brasileira de suco de laranja terminou oficialmente em 30 de junho, com 84.700 toneladas em estoque de FCOJ Equivalente a 66 graus Brix, o que significa uma queda de 40,70% em relação as 143.000 toneladas no mesmo período de 2021/22. O volume é resultado de auditorias independentes encomendadas pelas empresas associadas à CitrusBR (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus). Esse volume representa o menor estoque desde o início da série histórica, de 12 anos.
Em 2022/23, foram processadas 265.3 milhões de caixas de 40,8 quilos entre membros e não membros da CitrusBR, 18% mais em relação à temporada anterior. A produção total de suco na safra 2022/23 foi de 945.500 toneladas, aumento de 15%.
Entre os principais motivos para a forte queda nos estoques destacam-se a perda de 8 milhões de caixas durante o processo de colheita e a deterioração do rendimento industrial de suco na fruta. Também, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) divulgou que sua estimativa final de produção para a temporada ficou 2.7 milhões de caixas abaixo do esperado.
Flórida e outros mercados
Os efeitos dessa redução na oferta do produto foram amplificados pela queda na produção de laranjas na Flórida (EUA), que tem enfrentado graves efeitos da doença HLB (greening). Não bastasse a doença, em setembro passado, o Furacão Ian reduziu a produção daquele estado americano de 41.2 milhões de caixas na temporada 2021/22, para 15.8 milhões de caixas na safra 2022/23.
Essa perda levou a uma redução de 87.300 toneladas no suprimento de suco no mercado mundial. Além disso, outros países produtores como México e Espanha enfrentaram secas severas e reduções nas colheitas, ao mesmo tempo em que contavam com uma forte demanda por laranjas em seus mercados de frutas frescas.
Próxima safra
A CitrusBr informou que por enquanto não é possível fazer estimativa de estoques para o fim de 2023/24. O Fundecitrus prevê uma redução de 1,60% na produção de laranjas, para 309.34 milhões de caixas de 40,8 quilos.