Atualização da safra de cana-de-açúcar 2023/24

Moagem quinzenal

A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de agosto registrou crescimento de 23,38%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 47,87 milhões de toneladas contra 38,8 milhões.

Andamento da safra

Embora os dados sejam positivos, a Unica ressalta que chuvas pontuais prejudicaram a operacionalização da colheita em algumas regiões do Centro-Sul, drenando marginalmente o aproveitamento de tempo. Tal fato serve de alerta para não se esquecer do risco proveniente do El Niño, cuja incerteza ainda paira sobre a moagem potencial da safra 2023/24. Lembra-se ainda que, em relação ao ciclo 2020/21 o último cuja moagem ultrapassou a marca de 600 milhões, o processamento deste ano safra se encontra defasado em mais 14 milhões de toneladas.

Usinas em operação

Na primeira quinzena de agosto permanecem em operação 261 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 244 unidades com processamento de cana, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 2022/23, havia 259 unidades produtoras em atividade.

ATR quinzenal

No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de agosto foi de 149,23 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 152,57 kg por tonelada na safra 2022/23 – variação negativa de 2,19%.

Produção quinzenal de açúcar

A produção de açúcar na primeira quinzena de agosto totalizou 3,46 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 2022/23 (2,63 milhões de toneladas) representa aumento de 31,22%.

Produção quinzenal de etanol

Na primeira metade de agosto, 2,35 bilhões de litros (+16,43%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,42 bilhão de litros (+22,46%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 921,63 milhões de litros (+8,19%).

Etanol de milho na quinzena

Da produção total de etanol registrada na primeira quinzena de agosto, 12% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 282,02 milhões de litros neste ano, contra 165,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2022/23, aumento de 70,22%.

Moagem acumulada

No acumulado da safra 2023/24, a moagem atingiu 360,05 milhões, ante 322,48 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2022/23 – avanço de 11,65%.

Produtividade dos canaviais

Em julho, dados do benchmarking agronômico do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apontam que o rendimento agrícola registra crescimento de 24,1% ante o mesmo mês do ano anterior, com 98 t/ha versus 78,9 t/ha. Com o resultado bastante robusto, a produtividade da lavoura acumula alta de 22,4% no ano safra, atingindo a marca de 93,6 toneladas de cana colhidas por hectare.

Evolução do ATR

No acumulado da safra, o indicador da qualidade da cana marca o valor de 135,09 kg de ATR por tonelada (-0,53%).

Produção acumulada de açúcar

Desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 22,68 milhões de toneladas, contra 18,63 milhões de toneladas do ciclo anterior (+21,69%). O mix de produção segue favorecendo o adoçante que, no acumulado da safra, utilizou 48,93% do ATR estimado.

Produção acumulada de etanol

Desde o início do atual ciclo agrícola até 16 de agosto, a fabricação do biocombustível totaliza 16,79 bilhões de litros (+6,84%), sendo 9,76 bilhões de etanol hidratado (+0,73%) e 7,03 bilhões de anidro (+16,66%).

Etanol de milho na safra

No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,23 bilhões de litros, avanço de 49,74% na comparação com igual período do ano passado.

Análise sobre a oferta de etanol

Segundo a Unica, a conjunção da alta produtividade agrícola observada nos canaviais e o crescimento robusto da produção de etanol de milho serão compensações, mais que suficientes, para quaisquer quedas na qualidade da cana-de-açúcar e maior destinação relativa do ATR para produção do açúcar. A oferta de etanol não irá retrair apesar dessas condições e, por consequência, há garantia de que os produtores irão atender aos volumes necessários para a mistura de etanol anidro, a demanda por etanol hidratado e o cumprimento das metas de descarbonização deste e do próximo ano, por meio da emissão de CBios.

Vendas quinzenais de etanol

Na primeira quinzena de agosto, as vendas de etanol totalizaram 1,32 bilhão de litros, o que representa uma variação positiva de 8,74% em relação ao mesmo período da safra 2022/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 486,02 milhões de litros – uma queda de 11,40% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 833,25 milhões de litros – avanço de 25,36%.

Vendas domésticas de etanol

No mercado doméstico houve a inversão do cenário que vinha sendo recorrente desde o início do atual ciclo agrícola. Na primeira metade de agosto, as vendas de etanol hidratado avançaram 15% em relação ao mesmo período de 2022, totalizando 752,38 milhões de litros. No caso do etanol anidro, a variação foi negativa em 3,86%, resultando em um volume de 477,41 milhões de litros. Segundo a Unica, ao que tudo indica, competitividade conquistada pelo biocombustível nos postos, frente ao concorrente fóssil, está surtindo efeito na decisão de abastecimento dos consumidores.

Vendas acumuladas de etanol

No acumulado da safra 2023/24, a comercialização de etanol soma 10,94 bilhões de litros, o que representa um aumento de 1,76%. O hidratado compreende uma venda no volume de 6,12 bilhões de litros (-4,83%), enquanto o anidro chega a 4,82 bilhões (+11,58%).

Mercado de CBios

Dados da B3 registrados até o dia 22 de agosto indicam a emissão de 20,59 milhões de CBios em 2023. Até esta data, a parte obrigada do programa RenovaBio havia adquirido cerca de 54,17 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, estejam eles ativos ou aposentados. O horizonte temporal selecionado cobre as aquisições que compreenderão os créditos utilizados para atendimento das metas de 2022, cujo prazo havia sido postergado, e 2023.

Fonte: NovaCana
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