Contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta

Soy beans on wooden background – vintage effect style

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 8 a 15 centavos, com o novembro/23 cotado a US$ 13,60½ (+ 1,08%) e o janeiro/24 a US$ 13,71 (+ 1,11%) o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ US$ 6,00 a US$ 6,70, com o outubro cotado a US$ 404,50 (+ 1,66%) e o dezembro a US$ 401,00 (+ 1,52%), a tonelada curta.

O óleo de soja fechou em alta, após duas sessões consecutivas de baixa, com o dezembro registrando um ganho de 1,89%. Na mínima do dia (60,70), o dezembro registrou a menor cotação desde 14 de agosto.

A soja fechou em alta em movimento de correção, impulsionada pelas previsões climáticas para os próximos dias.

Os futuros da soja, que foram particularmente influenciados pelas informações iniciais do Crop Tour Pro Farmer, como explica o relatório semanal de sementes oleaginosas da CRM Agri, se recuperaram de uma queda de 1% no início do pregão.

O vencimento novembro também foi impulsionado por fatores técnicos, com o suporte da média móvel de 20 dias, bem como pelo apoio do óleo e do farelo.

Segundo a equipe da Agrinvest Commodities, a alta do milho resultou dos novos ataques russos a portos ucranianos no rio Danúbio que, mais uma vez, atingiram armazéns e provocaram a destruição de 13.000 toneladas de grãos.

O mercado não deu muita importância ao ataque durante a sessão da madrugada, focado nos dados otimistas de produtividade do milho e soja divulgados pelo Pro Farmer Crop Tour. Porém, na abertura da sessão da manhã, a alta do milho, impulsionou a soja.

A alta do milho também foi impulsionada pelo movimento de compras, na medida em que os as cotações se encontram próximas dos níveis mais baixos em quase dois anos, e apesar dos dados mostrarem uma terceira semana de queda da produção de etanol nos EUA.

A alta do milho impulsionou o trigo, cuja safra não foi coberta pelo Crop Tour.

Pro Farmer Crop Tour 

Participantes da expedição anual Pro Farmer Crop Tour, que percorre lavouras em Estados do Meio-Oeste dos Estados Unidos, estimam safras maiores de milho e soja em Indiana e Nebraska. Em Indiana, a produtividade média do milho foi estimada em 180,89 bushels por acre (11,35 toneladas por hectare), aumento de 1,70% em relação a um ano atrás. No entanto, na comparação com a média dos três anos anteriores, o rendimento médio das lavouras está 1,50% inferior.

Para o Nebraska, a estimativa da produtividade do milho ficou em 167,22 bushels por acre (10,5 toneladas por hectare), 5,50% maior na comparação anual, mas 2,80% abaixo da média dos últimos três anos. Em seu relatório mensal de oferta e demanda, de 11 de agosto, o USDA estimou a produtividade nacional da safra de milho em 175,1 bushels por acre (10,99 toneladas por hectare).

Quanto à soja, a contagem de vagens em Indiana foi de 1.309,96 por jarda quadrada (1 jarda quadrada = 0,836 metro quadrado), aumento de 12,35% em relação ao número do ano passado e 6,60% acima da média dos últimos três anos. Em Nebraska, a contagem foi de 1.160,02 vagens por jarda quadrada, 9% superior que a de um ano atrás, mas 3% abaixo da média das três safras anteriores.

Em Indiana, o consultor Mark Bernard e o Diretor da parte Leste Brian Grete indicaram que a safra de milho está sólida, mas não impressionante. “Nada parecia excepcional. As produtividades eram mais baixas do que eu havia imaginado. Alguns campos claramente haviam sido replantados em certos pontos”, disse Grete. Além disso, Bernard destacou a questão climática para o desenvolvimento dos grãos. “Embora precisemos de um mês de setembro sem geadas para alguns dos campos, grande parte deles deve estar em boa forma antes disso. Temperaturas moderadas e noites frescas, além de um pouco mais de chuva, ajudarão a safra a terminar com quase todo o potencial que vimos hoje”, disse.

Em relação à soja de Indiana, Bernard avaliou que a safra estava “razoável” no geral, com pouca pressão de doenças e insetos. Já Grete destacou a contagem robusta de vagem. “Tivemos uma contagem realmente grande. As vagens estavam começando a se encher, nenhuma estava em fase de floração. A natureza será o fator determinante em como a safra vai se desenvolver até o fim. A umidade do solo estava dentro da média e os campos estavam relativamente limpos”, disse. Ele fez, ainda, um balanço do segundo dia de expedição. “Das duas culturas, fiquei mais impressionado com a soja ao longo de nossa rota do que com o milho. O milho não é ruim, mas não é espetacular”, disse.

Já para o líder do Pro Farmer Crop Tour na parte Oeste, Chip Flory, o milho em Nebraska registrou queda brusca de produtividade no ano passado, diferente do que foi observado na expedição atual. “A situação se inverteu em 2023. As áreas boas no Nordeste do Estado compensam as áreas problemáticas ao Sul do rio Platte. Vimos milho ruim, milho de sequeiro com produtividade muito baixa, mas não ‘tão ruim’ como o que vimos mais ao norte no ano passado”. O consultor Brent Judish disse que ficou impressionado com a resistência do milho e da soja em relação ao calor excessivo na região.

Sobre a soja em Nebraska, Flory indica que a safra enfrenta problemas como a falta de água e o calor intenso. “Algumas lavouras de soja com boas contagens de vagens estão sob grande estresse e a previsão sugere mais estresse nesta semana. Isso pode encerrar a estação de crescimento para alguns campos de soja. Há campos com safra de soja de sequeiro que já começaram a ‘desistir’”, indicou. Já Judish explicou que parte das amostras coletadas estava em campo sob calor extremo. “Não temos certeza se as vagens que contamos realmente produziriam soja se a chuva não aparecer em breve”.

Hoje, a expedição segue por Illinois e pelo Oeste de Iowa, chegando na fronteira Sul até Minnesota.

USDA – Vendas

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 100.000 toneladas de farelo de soja da safra 2023/24 para Destinos desconhecidos.

Exportações Brasil

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) revisou hoje suas estimativas para as exportações de soja em grão e farelo em agosto. As exportações de soja em grão tendem devem se situar entre 7.1 milhões e 8.067 milhões de toneladas, contra de 7 milhões a 8.557 milhões de toneladas estimadas anteriormente.

A ANEC prevê, ainda, exportação de 2.106 milhões de toneladas de farelo, contra as 2,051 milhões de toneladas estimadas na semana anterior.

Na semana de 13 a 12 de agosto, os embarques de soja em grão totalizaram 1.969 milhão de toneladas e os de farelo, 436.600 toneladas. Para a semana de 20 a 26 de agosto, o Brasil deve exportar 1.789 milhão de toneladas de soja e 575.708 toneladas de farelo.

Milho fecha em alta em movimento de correção, impulsionado pelo ataque da Rússia ao porto da Ucrânia

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 9,75 a 11 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,76 ¼ (+ 2,09%) e o dezembro a US$ 4,90½ (+ 2,29%) o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 10,75 a 11,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,12½ (+ 1,79%) e o dezembro/23 a US$ 6,39¾ (+ 1,95%) o bushel.

Etanol EUA

A produção de etanol nos Estados Unidos foi de 1.048 milhão de barris/dia na semana encerrada em 18 de agosto. O volume ficou 2% abaixo do da semana anterior de 1.069 milhão de barris/dia. Os estoques do biocombustível recuaram 2,60% em relação à semana anterior, totalizando 22.8 milhões de barris, enquanto as exportações totalizaram 94.000 barris na semana, aumento de 19% na semana. Os números foram divulgados hoje pela Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).

As estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires variavam entre uma produção de 1.058 milhão e 1.065 milhão de barris/dia. Quanto aos estoques, as estimativas variavam entre 22 milhões e 23.500 milhões de barris.

Os números de produção de etanol nos Estados Unidos são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é produzido principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.

Rússia – Ucrânia

Um ataque de drone russo ao porto de Izmail, no rio Danúbio, no sul da Ucrânia, destruiu 13.000 toneladas de grãos nesta quarta-feira (23/08), informaram agências internacionais citando o Vice-Primeiro-Ministro ucraniano, Oleksandr Kubrakov.

Kubrakov disse que a capacidade de exportação do porto foi reduzida em 15% pela pelo ataque noturno e acrescentou: “A Rússia está sistematicamente atacando silos e armazéns de grãos para impedir as exportações agrícolas”.

O Governador de Odesa, Oleh Kiper, disse que o ataque à região durou três horas e que a força aérea ucraniana destruiu nove drones russos.

A Rússia não comentou os ataques.

Exportações Brasil

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) revisou as suas estimativas para as exportações de milho, soja em grão e farelo em agosto. Os embarques do cereal devem se situar entre 8.5 milhões e 10.282 milhões de toneladas, contra de 7.8 milhões de toneladas a 10.250 milhões de toneladas estimadas na semana passada.

A ANEC prevê, ainda, exportação de 50.000 toneladas de trigo, sem variação em relação à semana anterior.

Na semana de 13 a 12 de agosto, os embarques de milho totalizaram 2.411 milhões de toneladas e nada de trigo. Para a semana de 20 a 26 de agosto, o Brasil deve exportar 2.524 milhões de toneladas de milho e 25.000 toneladas de trigo.

Por Equipe SNA
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