A produção de cana-de-açúcar deverá totalizar 652.95 milhões de toneladas na safra 2023/24, o que corresponde a um aumento de 6,90%, ou 42.1 milhões de toneladas colhidas a mais do que na temporada anterior (610.805 milhões de toneladas). Os números fazem parte do segundo levantamento sobre a safra de cana 2023/24, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje. Em relação à pesquisa anterior, de abril, a estimativa representa um aumento de 2,50% ou 15.8 milhões de toneladas.
Segundo a Conab, esse aumento é esperado por causa da melhora no desempenho das lavouras, uma vez que as condições climáticas, para essa temporada, vêm se apresentando ainda melhores que na safra 2022/23. A produtividade deve ficar em cerca de 78,78 mil quilos por hectare contra 73,66 mil kg/ha na safra passada. Já a área registra uma ligeira queda de 0,10%, com 8.29 milhões de hectares destinados para a cultura. A redução é influenciada pela redução registrada na região Sudeste.
Responsável por 63,10% da produção de cana no País, o Sudeste deverá registrar um aumento de 6,30% no volume colhido, totalizando 412.15 milhões de toneladas. “O bom resultado será atingido pela boa produtividade que tende ao crescimento e ultrapassa as 80.000 toneladas por hectare. Alta influenciada pelo bom desempenho das lavouras de São Paulo, principal Estado produtor da cultura. Apenas os produtores paulistas serão responsáveis por uma colheita de 328.2 milhões de toneladas”, informou a estatal.
No Centro-Oeste, a atual estimativa de produção para esta safra é de 142.7 milhões de toneladas destinadas ao setor sucroenergético. Diferentemente do Sudeste, a área deverá ter um aumento de 1,50%, para 1.79 milhões de hectares. Além deste aumento, as lavouras devem registrar um melhor desempenho com uma produtividade média estimada em 79.601 quilos por hectare.
Segundo a Conab, deve ocorrer um aumento de área e de produtividade também na região Nordeste, onde a colheita estimada é de 58.5 milhões de toneladas. Cenário semelhante é o da região Sul, onde após sucessivas reduções da área, a estimativa é que sejam destinados 3,70% a mais de área, quando comparada com a safra 2022/23, para a produção de cana-de-açúcar.
O aumento esperado na produtividade é ainda mais expressivo, de 10,50% influenciado pelo aumento de áreas renovadas e melhores condições climáticas. No Norte do País, o aumento da área e a expectativa de melhores produtividades deverão aumentar a produção em 5,40%, quando comparada à safra passada, resultando em uma produção de 4.03 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Segundo a Conab, a alta na produção de cana possibilita um aumento na produção de açúcar no País, estimada em 40.9 milhões de toneladas contra 36.81 milhões de toneladas em 2022/23, alta de 11,10%. Segundo o boletim da Conab, é possível observar um aumento da produção do adoçante em todas as regiões, justificada pela maior disponibilidade de matéria-prima e pelo mercado favorável do produto. Com isso, a atual safra se coloca como a segunda maior produção de açúcar da série histórica.
Aumento também para a produção de etanol, estimada em 33.83 bilhões de litros, somados os produzidos a partir da cana-de-açúcar e do milho. O combustível produzido a partir do esmagamento da cana-de-açúcar deverá aumentar cerca de 4,50%, o que representa 1.2 bilhão de litros, para 27.72 bilhões de litros. Esse aumento em relação à temporada anterior encontra suporte na maior produção de cana no País, mesmo com a prioridade na fabricação de açúcar.
Já o etanol produzido a partir do milho registra um aumento expressivo de 37,20%, resultado de planejamento e investimentos, sobretudo no Centro-Oeste, mas se expandindo para outras regiões do País. A estimativa é para mais um recorde na produção desse combustível que tem como matéria-prima o cereal, estimada em 6.11 bilhões de litros.