Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta pela quinta sessão consecutiva, com exceção do agosto que fechou em baixa 0,50 centavos. Os principais vencimentos registraram ganhos de 13,25 a 13,50 centavos, com o agosto/23 cotado a US$ 14,91½ (- 0,03%) e o novembro/23 a US$ 14,08¾ (+ 0,97%) o bushel. O agosto na máxima do dia (US$ 15,18¼), registrou a maior cotação desde 30 de dezembro de 2022 e o novembro na máxima do dia (US$ 14,28¾), registrou nova máxima contratual. Nos últimos cinco pregões o novembro acumula uma alta de 6,16%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta pela quinta sessão consecutiva, com exceção do dezembro que fechou em baixa de US$ 1,30. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 0,20 a US$ 1,10, com o agosto cotado a US$ 443,80 (+ 0,25%) e o dezembro a US$ 414,90 (- 0,31%), a tonelada curta. O agosto na máxima do dia (US$ 451,70), registrou a maior cotação desde 18 de abril e o dezembro na máxima do dia (US$ 424,40) registrou a maior cotação desde 22 de abril. O agosto acumula uma alta de 7,59% e o dezembro de 6,05% nas últimas cinco sessões.
O óleo de soja fechou em alta, após três sessões consecutivas de baixa, com o dezembro registrando a maior cotação (62,66) desde 30 de dezembro de 2022 e um ganho de 2,78%.
A soja fechou em alta, acompanhando a nova disparada do trigo, que chegou ao limite de alta, diante da escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O óleo de soja também fechou em alta, uma vez que pelo corredor do Mar Negro eram escoadas as exportações de óleo de girassol, uma vez que a região é importante produtora.
O mercado, contudo, continua focado nas condições climáticas adversas nos Estados Unidos. Os próximos dias e semanas deverão ser, segundo os modelos climáticos, de chuvas abaixo da média e temperaturas acima, o que poderia agravar ainda mais as condições da safra 2023/24 já fragilizada.
E neste cenário, as expectativas são de que o potencial produtivo tanto da soja, como do milho, continue a perder força, devendo ser reduzidos no próximo boletim do USDA em agosto.
Os mapas atualizados pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, indicam que as próximas semanas serão de temperaturas bem acima da média em todo o território americano.
Os mapas indicam ainda que as chuvas também deverão ser insuficientes nos períodos de 6 a 10 e de 8 a 14 dias, com precipitações abaixo da média no primeiro intervalo, em uma fase crítica para o desenvolvimento das lavouras americanas, tanto da soja, como do milho.
Rússia – Ucrânia
A Rússia promoveu o segundo dia de ataques contra infraestruturas portuárias no Sul da Ucrânia, incluindo terminais de grãos e petróleo, segundo autoridades locais. O bombardeio visou a cidade de Odessa, dias depois de o presidente russo Vladimir Putin culpar a Ucrânia por um ataque à crucial Ponte de Kerch, que liga a Rússia à Península da Crimeia. Putin também retirou Moscou do acordo de grãos do Mar Negro, que permitia exportações da Ucrânia durante a guerra.
Índia
As importações de óleo de girassol pela Índia devem cair nos próximos meses, na medida em que o produto se torna menos competitivo em relação aos óleos rivais devido à alta dos preços depois que a Rússia se retirou do acordo de grãos do Mar Negro, disseram autoridades do setor à Reuters.
A queda nas importações de óleo de girassol obrigaria o maior comprador mundial de óleos vegetais a aumentar as compras de óleo de palma e óleo de soja em compensação.
Um acordo de um ano que permitiu a exportação segura de grãos ucranianos a partir do Mar Negro expirou na segunda-feira, depois que a Rússia se retirou da iniciativa e alertou que não poderia garantir a segurança dos navios, em uma medida que a ONU disse que “daria um golpe nas pessoas necessitadas em todos os lugares”.
Os embarques de óleo de girassol para a Índia podem cair cerca de 30% em relação aos volumes atuais, disse Pradeep Chowdhry, Diretor Administrativo da Gemini Edibles and Fats India Pvt. Ltd, um importante importador indiano.
A região do Mar Negro é responsável por 60% da produção mundial de óleo de girassol e 76% das exportações.
Os preços no mercado spot subiram de US$ 850,00 para US$ 965,00 a tonelada nas últimas cinco semanas, devido às expectativas de que o acordo com os grãos iria vencer e à recuperação dos óleos rivais.
A Índia normalmente importa cerca de 250.000 toneladas métricas de óleo de girassol por mês, principalmente da Rússia, Ucrânia, Argentina e Turquia.
No início deste ano, os exportadores do Mar Negro estavam vendendo agressivamente óleo de girassol a preços competitivos, o que ajudou a reduzir os estoques, disse Rajesh Patel, sócio-gerente da GGN Research, uma corretora e comerciante de óleo comestível.
A Índia pode importar cerca de 275.000 toneladas de óleo de girassol em julho, mas a partir de agosto as importações podem cair para cerca de 200.000 toneladas, disse Patel.
O carregamento de grandes navios nos portos ucranianos não é possível sem o acordo de grãos, disse Sandeep Bajoria, CEO do Sunvin Group, uma corretora e consultoria de óleo vegetal.
“A expiração do acordo forçaria os ucranianos a enviar óleo de girassol pela Romênia, Bulgária e outros países europeus, mas o redirecionamento reduziria o volume”, disse Bajoria.
“A incerteza no mercado de óleo de girassol forçaria alguns refinadores a mudar para óleo de palma e óleo de soja, que também estão disponíveis a preços competitivos”, disse um trader de uma trading global.
A Índia importa óleo de palma principalmente da Indonésia, Malásia e Tailândia, enquanto obtém óleo de soja principalmente da Argentina, Brasil e Estados Unidos.
Exportações Brasil
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) revisou a sua estimativa das exportações de soja em grão do Brasil em julho para 8.8 milhões de toneladas, contra 10.453 milhões de toneladas estimadas na semana passada.
Com relação as exportações de farelo, a ANEC estimou embarques de 2.584 milhões de toneladas, contra a previsão anterior de 2.502 milhões de toneladas.
Na semana de 9 a 15 de julho, os embarques de soja totalizaram 1.783 milhão de toneladas e os de farelo 513.439 toneladas. Para a semana de 16 a 22 de julho, estão previstas exportações de 2.321 milhões de toneladas de soja e 713.806 toneladas de farelo.
Milho fechou em alta, impulsionado pelas condições climáticas nos EUA e pelo término do acordo do Mar Negro
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 16,75 a 18,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 5,45½ (+ 3,17%) e o dezembro/23 a US$ 5,53 (+ 3,46%) o bushel. O setembro na máxima do dia (US$ 5,57½), registrou a maior cotação desde 28 de junho e o dezembro na máxima do dia (US$ 5,63¾) registrou a maior cotação desde 27 de junho. O setembro acumula uma alta de 14,44% e o dezembro de 14,21% nas últimas cinco sessões.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 55 a 57 centavos, com o setembro cotado a US$ 7,27¾ (+ 8,50%) e o dezembro/23 a US$ 7,45½ (+ 7,97%) o bushel. O setembro na máxima do dia (US$ 7,30¾), registrou a maior cotação desde 27 de junho e o dezembro na máxima do dia (US$ 7,50½) registrou a maior cotação desde 27 de junho. O setembro acumula uma alta de 14,78% e o dezembro de 14,03% nas últimas cinco sessões.
Etanol EUA
A produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 1.070 milhão de barris/dia na semana encerrada em 14 de julho. O volume é 3,68% superior ao da semana anterior de 1.032 milhão de barris/dia. Já os estoques do biocombustível aumentaram 2,20%, para 23.2 milhões de barris, enquanto as exportações totalizaram 86.000 barris na semana, aumento de 68,63% em relação aos 51.000 barris da semana passada. Os números foram divulgados hoje pela Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).
As estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires variavam entre 1.024 milhão e 1.060 milhão de barris/dia. Quanto aos estoques, as estimativas variavam entre 22.575 milhões e 22.9 milhões de barris.
Os números de produção de etanol nos Estados Unidos são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é produzido principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.
Exportações Brasil
A ANEC estimou as exportações de milho de 6.855 milhões de toneladas de milho para este mês, contra 6.914 milhões de toneladas estimadas anteriormente.
Para o trigo, a ANEC manteve a sua estimativa de embarques de 68.500 toneladas.
Na semana de 9 a 15 de julho, os embarques totalizaram 1.317 milhão de toneladas de milho e 10.500 toneladas de trigo. Para a semana de 16 a 22 de julho, estão previstas exportações de 1.545 milhão de toneladas de milho e 30.000 toneladas de trigo.
MS
A FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul) divulgou o seu Boletim Semanal da Casa Rural, sobre as lavouras do estado.
Segundo o levantamento, a colheita da segunda safra de milho atingiu 4,40% da área plantada até a última sexta-feira (14). Esse percentual é inferior aos 12,20% da safra passada neste mesmo período e aos 16,70% da média das últimas cinco temporadas.
“A colheita está lenta no Estado, com a expectativa de que o pico da colheita ocorra a partir do dia 04 de agosto. Nesse período, grande parte da produção estará em estágio avançado de maturação”, indicou a FAMASUL.
“Durante o último final de semana (entre 14 a 16/07), foram registradas temperaturas mínimas baixas na maior parte do Estado, abaixo dos 10°C. Destaca-se que foi registrada a menor temperatura no estado, de 1,6°C, no município de Rio Brilhante”, informou a publicação.
Para esta temporada, a FAMASUL segue estimando uma área total plantada de 2.325 milhões de hectares, 5,39% a mais do que 2022, e uma produtividade média estimada de 80,33 sacas por hectare, totalizando uma produção de 11.206 milhões de toneladas, o que seria 12,28% menor do que o volume do ciclo passado.
“A perspectiva para a cultura ainda é incerta, pois em Mato Grosso do Sul, 54% da produção está fora da janela ideal de plantio. Isso aumenta o risco de danos causados por intempéries climáticas, como estiagem, geada e queda de granizo”.
Com relação ao mercado, a FAMASUL indica que o preço da saca de milho caiu 0,63% no Mato Grosso do Sul entre os dias 10 e 17 de julho, sendo negociada a um preço médio de R$ 39,25.
Até o momento, apenas 31% da safra estimada foi comercializada.
Trigo – Brasil
A StoneX manteve a sua estimativa para a produção de trigo no Brasil na safra 2023/24 em 11.46 milhões de toneladas.
“A safra do cereal está indo bem nestes meses iniciais do ciclo, com as lavouras, em geral, mostrando boas condições. De qualquer maneira, o clima vai ser determinante nos próximos meses, para se confirmar a boa produtividade média nacional esperada e a qualidade do trigo”, indicou a consultoria, em relatório.
Na safra 2022/23, o País colheu 11.12 milhões de toneladas do cereal.
Nesta safra em andamento, a produtividade estimada é de 3,24 quilos por hectare, na comparação com os 3,36 quilos por hectare em média na safra passado. A área é estimada de plantio é de 3.54 milhões de hectares, com um aumento de 6,70%.
Para a StoneX, o balanço de oferta e demanda do cereal será mais tranquilo em 2023/24, o que abrirá espaço para um aumento dos estoques finais, mesmo com o consumo também aumentando e as exportações se mantendo em níveis importantes. O consumo está estimado em 13.6 milhões de toneladas, com aumento de 1,40% em relação a 2022/23. As exportações estão estimadas em 2.24 milhões de toneladas, com queda de 15,70%. “Com esses volumes de exportação, o Brasil tem ganho mais destaque no mercado exportador mundial, em um momento em que as tensões entre Rússia e Ucrânia trazem dúvidas quanto ao abastecimento do cereal”, indicou a consultoria.
A StoneX estima a importação de 5.8 milhões de toneladas de trigo, um aumento de 19,70%. E os estoques finais vão aumentar 165,80% para 2.56 milhões de toneladas. A relação estoque/uso deve ficar bem confortável, em 14,30%, em relação aos 5,30% em 2022/23.