A ansiedade dos investidores em torno da votação de projetos importantes para o governo na Câmara dos Deputados colocou o dólar novamente em alta, nesta quarta-feira, em movimento favorecido ainda pelo avanço da moeda norte-americana no exterior.
O dólar fechou o dia cotado a R$ 4,8500 para a venda, em alta de 0,20%. Foi a terceira sessão consecutiva de valorização da moeda norte-americana no Brasil.
Na B3, às 17h15 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em leve alta de 0,05%, cotado a R$ 4,8685.
Divisa dos EUA
A divisa dos EUA se manteve em alta no Brasil durante a maior parte da sessão, com investidores à espera de novidades sobre a tramitação da reforma tributária, do projeto que devolve ao governo o voto de desempate nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e da proposta do novo arcabouço fiscal.
Pela manhã, o Presidente da Câmara, Deputado Federal Arthur Lira (PP-AL), disse que pretende colocar a proposta de reforma tributária para votação no plenário da Casa na quinta-feira, após início da discussão em plenário ainda nesta quarta-feira.
Conselho Federativo
O Deputado apontou a formatação do Conselho Federativo, que será responsável pela centralização da arrecadação de impostos, como um dos pontos que vêm sendo negociados na reforma e avaliou que governadores das regiões Norte e Nordeste têm se mostrado favoráveis ao texto, enquanto os do Centro-Oeste ainda têm resistências.
Operador ouvido pela Reuters indicou que em meio à ansiedade em torno da votação da reforma tributária, parte dos investidores preferiu se manter posicionada no dólar, em detrimento do real.
Reunião do FOMC
A tendência de alta do dólar foi reforçada pelo exterior, onde os investidores aguardavam a publicação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) do Fed, no meio da tarde, em busca de indicações sobre os próximos passos da política monetária dos EUA.
A expectativa de que o documento corroborasse mais elevações nas taxas de juros norte-americanas fez o Dólar Índice subir, assim como a moeda em relação a quase todas as divisas de países emergentes ou exportadores de commodities.
Na ata, o FOMC informou que seus membros concordaram em manter a taxa de juros na faixa de 5% a 5,25% na reunião de junho como uma forma de ganhar tempo e avaliar se seriam necessários novos aumentos, ainda que a grande maioria esperasse por mais apertos na política monetária.
Neste cenário, o dólar se manteve no território positivo em praticamente todo o mundo.
Às 17h15 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em alta de 0,28%, cotado aos 103.360 pontos.
Banco Central
Durante a tarde, o Banco Central informou que o Brasil registrou um fluxo cambial total positivo de US$ 2.890 bilhões em junho, puxado pela entrada de moeda pela Conta Comercial, após encerrar maio com saídas líquidas de US$ 1.157 bilhão. No acumulado do 1º semestre, o fluxo cambial total foi positivo em US$ 15.050 bilhões, em uma indicação de que o País segue atraindo divisas.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem do vencimento de agosto.
